quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Exercitar a Paz

"Procurai a paz da cidade para onde vos fiz transportar, e orai por ela ao Senhor, porque na sua paz, vós tereis paz - Jeremias 29.7"

Hoje acordei cedo e com um pensamento estranho e meio esquisito. Orei e após esse momento de devocional, busquei algo na palavra de Deus. Li este trecho de Jeremias onde Deus fala para Judá "procurar a paz da cidade para onde vos fiz transportar e orai pela por ela ao Senhor" me mostrou os objetivos de eu estar aqui nessa cidade, em Altinópolis. Buscar a paz e orar pela paz dessa cidade, para que na paz de Altinópolis eu possa ter paz com Deus e com os homens.

Engraçado isso. As coisas parecem estranhas para aquele que é um pouco desinformado sobre tal assunto. Mas com relação a paz Deus me deixa cada dia mais preparado e exercitado para falar sobre ela. Está escrito que ".. o fruto da justiça é semeado em paz para aqueles que são pacificadores - Tiago 3:18" e demonstra que, como o salmista Davi revelou, fugir do mal é um exercício para nos tornar pacificadores "Desvia-te do mal, e faze o bem; Busca a paz, e segue-a - Salmos 34:14".

Também escrevi uns versos e vou compartilhar aqui:

Como é bom estar sentado na areia da praia
Olhando o vai e vem das ondas do mar
Sentindo o vento leste mexer as folhas
Balançar as folhas dos coqueiros e das palmeiras
Esse sentimento chama-se paz
E o bem que ele proporciona chama-se alegria

A procura pela paz se faz tao certa
Quanto a oração a Deus por nossa vida
A paz, que é aquilo que o homem mais procura
E o ponto onde tocar, mexer, pensar, sentir
Nos deixa tao sensíveis, sem palavras
Lançando alegres as sementes para o fruto de justiça

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os dois caminhos


Caminho estreito (Mt. 7.14)

O caminho estreito é o resumo de todas as leis feitas por Jesus? Claro que não. Jesus, rebatendo a tradição dos “crentes” (fariseus), cita as palavras do Pai, pela boca do profeta Oséias, onde enfatiza que Ele “quer misericórdia, e não sacrifícios” mortos (Mt 9.13; Os.6.6). Esta profecia aconteceu uns setecentos anos antes do ministério terreno de Cristo, e assim mesmo o povo judeu, religioso e crente, não se consertou. Esta é a prova cabal de que o caminho para chegar ao Pai sempre foi estreito. No informativo n° 1 escrevemos que haveria uma indagação por parte dos alunos ao final deste 3º trimestre: “Estamos seguindo as pisadas de Cristo?”, pois isto realmente é seguir no caminho estreito. E ser cristão no caráter como Ele ensina começa da seguinte forma, para os que já O aceitaram:

1) Negar sua vontade (a si mesmo)
2) Tomar sua cruz todo dia

A afirmação de Jesus nos evangelhos é que, tudo quanto deixarmos por amor dEle e de sua obra, receberemos nesta vida cem vezes mais, de tudo aquilo que investirmos no Reino do Senhor. Essa grande promessa de Jesus é como um gostoso bolo de aniversário. Pena que o enfeite deste bolo é sempre inerente as bênçãos prometidas: são as perseguições (Mc 10.30). No fim desta carreira ganhamos a vida eterna. Este é o caminho estreito, onde o transporte é a sua vida irrestrita aos pés do Senhor. As perseguições representam sua cruz. O combustível nesta caminhada é o amor demonstrado e vivido, longe das partes lindas e dogmáticas da teoria, filosofia, teologia, que só no papel fazem de Satanás um coitado de um boneco nas mãos do Eterno Deus. E quem indica o percurso no caminho estreito? É a palavra de Jesus nos evangelhos, que serve de mapa, bússola, que de maneira alguma deixa quem a conhece confundido. E o que é o caminho estreito para nós hoje? Jesus Cristo é o caminho estreito (Jo 14. 6), e Ele nunca mudou. E o que representa sua cruz, para carregarmos dia a dia? Os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus, nos definem totalmente o aspecto de sua cruz, e quem precisamente a carrega. Nos encaixamos como cordeiros mudos, carregando uma pesada cruz?

Tomar parte nas coisas relacionadas a Jesus é muito bom. Deixe então Ele lavar-lhe os pés. “Ah, irmão, eu já deixei faz anos, desde que me converti!”. Só que a limpeza dos pés, pelo Mestre, é se reduzir ao menor sempre. Isso marcou a vida de Pedro e a dos apóstolos. Se não conseguir lavar os pés de meu irmão na igreja, ou do meu próximo (a pessoa que precisa de mim), mostrando que sou menor que ele, não conseguirei prosseguir no caminho estreito. “Ah, irmão, eu não saio do caminho estreito nunca!”. Amas o teu próximo? Lavarias os pés de alguém que você nunca viu (servir, ser menor que ele), como fez a mulher a Jesus? Seu crédito amoroso por seu próximo está sempre estourado, e você nunca conseguirá pagar (Rm 13.8)?
Lembre-se do que Jesus fala aos santos que são separados como ovelhas no meio dos bodes. Eles ficam sem saber o que está acontecendo, pois talvez conhecessem os reprovados. Quem sabe foram seus mestres? Ou seus líderes? Então perguntam ao Senhor: “Quando te fizemos essas coisas?” e a resposta é que “quando fizestes a qualquer destes pequeninos, fizestes a Mim mesmo”. Não pense que a expressão “pequeninos” resume-se a grupos congregacionais. Para nosso Mestre Jesus, tem o mesmo sentido do homem atacado, roubado e estropiado, na parábola do samaritano. E como na parábola contada por Jesus, hoje nada mudou. A lei e doutrinas cristãs ortodoxas sempre passam longe dele. A religiosidade também se desvia do tal. Agora nós, os samaritanos, não devermos nos cansar de fazer o bem, pois o caminho estreito que é Jesus, nos ensina que se nos desviarmos do obstáculo e não retirá-lo da frente, demoraremos mais, muito mais, para chegarmos a estatura de varão perfeito, na presença de Deus.

E quem anda neste caminho estreito? São os salvos, os homens espirituais (cfe 2° Co 2.15, do grego pneumatikos). E no caminho largo, são os descrentes e as pessoas do mundo que transitam nele? Não, o caminho largo é o percurso do homem carnal, ou crente em Jesus (cfe 1° Co 3.1-3, do grego sarkikos). E os homens do mundo andam por onde, por qual caminho? Homens naturais, do mundo (cfe 1º Co 2.14, do grego psuchikos), não andam em caminho algum, pois estão em trevas, em cavernas, presos e trancafiados pelo príncipe dos demônios, aguardando o brilho de uma pequena luz, para que possam compreender onde é a saída desta escuridão, desta caverna. Nós temos o lampião. Iluminemos então a entrada da caverna, para que eles possam vir em busca destra gloriosa luz.

Agradeço a compreensão de todos os irmãos que leram com bastante atenção esta matéria sobre os dois caminhos, ensinada por Jesus. Vivamos os sermões do monte, sabendo que isto representa sua cruz. Compreendamos que o caminho largo não é do mundo, mas da igreja (diferente do demonstrado no quadro de minha professora Ady). Que ele não se relaciona à riqueza, mas a nossa conduta cristã conforme Cristo ensina. Mostremos aos irmãos que não freqüentam a EBD, ou os cultos de oração e ensino, que eles podem estar prosseguindo pelo no caminho largo. Mostremos-lhes, como nas cartas apocalípticas a Éfeso (deixou o primeiro amor), Pérgamo (doutrinas de Balaão e nicolaítas), Tiatira (Jezabel, a profetiza, com prostituição e idolatria), Sardes (pensa que vive, porém está morto) e Laodicéia (mornos espirituais), que todas, como igrejas, estavam saindo do rumo no caminho estreito, e indo em direção ao caminho largo. Por isso, creiamos que realmente Deus “repreende e castiga a todos quanto ama”, esperando, frente ao nosso coração, que abramos a porta. Que urgentemente necessitamos ser zelosos do bem, e vivermos uma vida de contínuo arrependimento, crendo que apenas as prudentes serão arrebatadas (caminho estreito). Porém as loucas (cristãos sem óleo nem azeite), ficarão em seu caminho largo, dizendo: “Não fizemos isto, isto, isto... em teu nome, Senhor?”

Os dois caminhos


O caminho largo (Mt. 7.13)

Como conceituar o caminho largo/ espaçoso, segundo as palavras de Jesus? Um método prático e atual para comparação da palavra caminho, “estreito ou largo”, é observar um julgamento em um tribunal. Os advogados, tanto a acusação quanto a defesa, tentam de todas as formas fazer o juiz compreender a culpa ou a inocência de seu cliente. Num julgamento justo, o que estará em discussão serão as atitudes que o réu praticou, com ou sem dolo ou, se realmente é inocente, isto é, não praticou nada daquilo que é acusado. Caminho largo então será que tem haver com dinheiro? Com posição? Com comida ou bebida? Com jogos ou festas? Não. Tanto no original grego quanto no hebraico a palavra caminho, como Jesus ensinou ao povo, entende-se como uma conduta, maneira de pensar, de agir. Essa é uma condição que, se quisermos chegar ao fim, teremos que abraçar. E nisso não existem meios termos. Ou se é cristão ou não é (não crente, cfe Tg 2. 19,20).

Quando Jesus Cristo, na separação de seus escolhidos, fala aos outros, rejeitados: “afastai-vos de mim, pois não vos conheço (Mt. 7.23;25.41)”, faz menção, não ao que levaram a mais no caminho, materialmente falando, mas ao fato de não abraçarem tudo aquilo que Ele ensinou, pois Sua palavra seria o essencial para chegarem ao outro lado. Sua lei, a lei da liberdade, conforme escreve o apóstolo Tiago: “Aquele que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este será bem-aventurado no que fizer (Tg 1.25)” responderá a pergunta dos escolhidos, separados como ovelhas (Mt 25.37-40). Caminho largo então é uma conduta ou maneira de pensar e agir que não está de acordo com tudo o que Jesus ensinou: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. Desses dois dependem toda a lei e os profetas (Mt. 22.40 e referências)”.

Em Mc. 12.28-34, o escriba que pergunta algo a Jesus fica atônito e ao mesmo tempo impressionado quando ouve a resposta dEle. Atônito, pasmo, pois fica sem ação ante a serena colocação de Jesus sobre os mandamentos. Impressionado, devido a resposta que ouve transpassar, ir além, colocar em dúvida tudo aquilo que aprendera em sua congregação ou sinagoga. O escriba então fala do fundo do coração: “Muito bem Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dEle, e que amá-Lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a sua alma, e de todas as suas forças e amar ao próximo como a si mesmo é mais que holocaustos e sacrifícios(v.32,33)”. Ele conhecia a lei, como a maioria dos judeus, porém não praticava um nada do que aprendia. Estava desejoso de ir ao céu, só que pelo caminho largo, pois Jesus mostra a posição dele através de suas ações, ante o Reino dos Céus, dizendo que: “não estás longe do Reino de Deus (v.34)”, o que indica que ele, como o jovem rico de Mc 10. 21, não passava de simples religioso, e faltava-lhe uma coisa.

A conduta que havia até então era desprezar o seu próximo. “Fechar o caminho, não entrar nem deixar os outros passarem. Devorar a casa das viúvas sob pretexto de grandes e prolongadas orações. Converter alguém para sua religião e depois, o transformar em seu sucessor, igual a si. Achar que o ouro era mais santo que o templo. Que a oferta era mais preciosa que o altar”. Eles não sabiam como usar o mapa nem seguir a agulha da bússola (o Tenak – nosso Antigo Testamento). Jesus então diz que eles, como condutores, são cegos. Um mosquito para eles era um problemão e um camelo passava fácil-fácil em sua peneira. Era um crivo semelhante aos de hoje: dar o dízimo de coisas insignificantes ou não, e ainda esquecer o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé. Por fora pareciam limpos, excelentes pessoas, mas por dentro eram cheios de rapina e iniqüidade. Verdadeiros sepulcros caiados. Os sepulcros dos profetas e dos justos eram adornados e ainda diziam sempre que, “se existíssemos na época de nossos pais, nunca nos associaríamos nisso para derramar o sangue dos santos profetas”. Testificavam que eram filhos dos que mataram os profetas, mesmo assim sempre exaltavam seus pais. São chamados então por Jesus de “hipócritas” (Fonte: Mt 23. 13-32).

Por esse caminho eles vinham seguindo, desde a libertação do Egito, por Moisés. Jesus assevera: “Como escaparão da condenação do inferno? (v.33)”. A estreiteza ou a largura do caminho não tem na palavra de Deus nenhuma relação com o possuir dinheiro, o luxo, as festas, etc..., neste caso Salomão não construiria um palácio tão luxuoso, o que causara grande êxtase na rainha de Sabá. Porém, esta definição de caminho largo está diretamente ligada ao não cumprimento do que Jesus ensinou em seu ministério, e que aboliu toda a lei: O AMOR. E quem ama ao próximo, já cumpriu a lei (Rm. 13. 8-10). No caminho largo dificilmente você verá amor ao próximo, muito menos amor em família. Jacó, com a ajuda de sua mãe Rebeca, usurpou o direito de primogenitura de seu irmão Esaú. Absalão, filho do rei Davi, tentou tomar o poder do pai e foi morto. Imperadores romanos, inclusive Constantino, que dizemos que se converteu e ajudou a igreja de Cristo (Cristo precisou de ajuda?), matavam esposas, irmãos, amigos, etc. Um exemplo com Constantino é ele ter mandado matar Crispo, seu filho, e sufocar sua esposa Fausta. Guerra é o que mais vivenciamos. Quem chegar primeiro sempre é valorizado. Nisso o caminho largo é cheio de exemplos, pois se amarmos o próximo, possivelmente seremos o segundo colocado, porque estaremos atrás, empurrando, ajudando. Pena que algumas atitudes desse caminho são visíveis cotidianamente em nosso convívio cristão, na igreja. Por isso Jesus explica que os últimos, que ficam atrás, empurrando, serão os primeiros, como analogia (comparação).

Em Mc. 10.17-27, Jesus revela seu amor para um jovem religioso, crente. As doutrinas fundamentais da fé ele conhecia (Hb 6.1). Jesus então pede uma coisa pra ele: “Vá, venda os seus bens e dê aos pobres. Com isso, ganhará um tesouro no céu”. O jovem “crente” ficou pensando que isso seria loucura, pois possuía muitos bens. Será que a causa das pessoas continuarem seguindo no caminho largo ainda são as riquezas (o dinheiro, a boa posição, o reconhecimento)? Claro que sim, pois isto alimenta o “eu”, o “ego”, o “ídolo de carne e osso”. Porém Jesus responde aos discípulos que não são as riquezas nem o dinheiro, muito menos, a posição ou o reconhecimento. A causa principal é confiar que tudo isso será a passagem direta, a chave para abrir a porta larga. As facilidades nesse caminho são inúmeras, devido ao fato de que nunca teremos dificuldade para prosseguir em frente, haja vista não nos preocuparmos com ninguém, só conosco mesmo. Pena que o prêmio temporal, e também o final, será transformado em morte eterna.

Em Lc 12. 15-21 há um exemplo em derrubar, edificar, recolher, descansar, comer, beber, folgar, onde o homem crente é chamado de louco. “Assim é todo aquele que para si ajunta tesouros, mas para Deus é desgraçado, e miserável, e pobre, e cego e nu (Ap 3.17)”. Muitos ministros evangélicos estão passando por isso. Seu maior objetivo é derrubar o templo onde começou a dirigir, para construir (edificar) outro maior, e ter o reconhecimento de que foi “ele” quem inaugurou o novo templo. Para isso, recolhe todas as migalhas das ovelhas que pastoreia, e ainda assim critica as outras denominações que fazem o que ele faz. Depois descansa, não quer mais visitar suas ovelhas. Come do bom e do melhor, sem se preocupar com o que sua ovelha está ingerindo, tanto em casa como na igreja. Bebe só coca-cola e se a ovelha oferece ki suco, é excomungada. No final, como Jesus conta, está feliz e certo de que fez a coisa certa para Deus. Dizemos então que ele não estudou teologia, pois não conheceu o Senhor. Será? Por isso Jesus diz que a verdadeira revelação foi ocultada ao sábio, ao entendido. Contudo, os pequeninos, que são aqueles sem instrução, e também aqueles pequeninos super instruídos, mas que não colocam este conhecimento acima da dependência de Deus, sabem a verdadeira revelação dada pelo Filho de Deus. Será que somos ricos de ou por coisas insignificantes?

Os dois caminhos

Qual é o seu alvo?

Há quase trinta anos ouço falar sobre os dois caminhos, um que nos leva à vida eterna (o Pai), outro a morte eterna (o Inferno): o caminho largo e o estreito. Ouvimos muitos conceitos diferentes a cada pregação. Um deles é que no caminho estreito não podemos passar com nada, a não ser nós mesmos. Nem malas, nem dinheiro, nem carros. Bem diferente do largo, onde há espaço e lugar para tudo quanto pudermos carregar. Será que o caminho estreito, do qual você tanto ouve falar, prega, visualiza em obras pintadas e, o largo, são isso mesmo? Num você carrega tudo, só que o fim dele leva ao alfandegário, que cobrará o imposto que, com certeza ninguém poderá pagar. O caminho ou porta larga o qual Jesus muitas vezes falou, será finalizado com a perdição. Porém, Ele afirma que “muitos são os que entram por ela (Mt. 7.14; Lc. 13.24)”.

Caminho, do grego hodos (οδος), significa estrada, caminho de viajante, viagem e usado metaforicamente por Jesus acerca de “um curso de conduta” ou “maneira de pensar”: caminho da justiça (Mt. 21.32); caminho que conduz a perdição (Mt. 7.14). Sua forma original no hebraico é derek (דֶרֶךְ) que indica uma distância, viagem, jornada, conduta, maneira, condição, destino (fonte: Dicionário Vine). Nos substantivos originais notamos que uma das referências recai sobre nossa conduta em viver, pensar e agir como sendo o caminho mais próximo do que Jesus quer nos ensinar.

Em Lc. 13.22-29, alguém pergunta a Jesus: “Mestre, são poucos os que se salvam?(v.23)”. Jesus responde dizendo que temos que “porfiar em entrar pela porta estreita, porque muitos procurarão entrar e não poderão (v.24)”. O exemplo de Jesus acerca da porta estreita assemelha-se a arca de Noé e a tudo o que Ele sempre ensinou sobre conduta: “em teu nome pregamos, expulsamos demônios, curamos enfermos, ensinamos a palavra”. Ouviremos uma dura sentença: “Afastai-vos de mim, pois não vos conheço(Mt. 25.41)”.

Essa conduta é ensinada aos discípulos e ao povo quando Jesus olha para o interior do templo e diz que “na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam (Mt. 23.2,3)”. Hoje, tudo aquilo que Jesus ensinava ao povo se repete em proporções cada vez mais alarmantes. Então acredito que chegou a hora de colocar o significado da palavra porfiai: 1-Altercar, contender, disputar obstinadamente. 2. Tr. ind. Competir, rivalizar. 3. Tr. dir. Competir, disputar. Isso significa que a contenda, a disputa, a competição e a rivalidade não são entre você e Satanás, ou entre você e seu inimigo (a pessoa que você pensa que espera o seu mal), ou com seu irmão. São disputas entre você e você mesmo. É a luta com o seu ego, o seu eu, o maior ídolo que afasta a presença de Deus de nós. Se não porfiarmos, perderemos a luta e nos tornaremos avarentos por nós mesmos. E o apóstolo Paulo ensina que isso é idolatria (Ef. 5.5; Cl. 3.5).

Ouvimos muitas pregações sobre o tema. Lembro que certa vez, no colégio onde estudava em Joinville, chamado Abdon Baptista, minha professora de educação religiosa, Dona Ady Lopes dos Santos, que na época era superintendente da Escola Bíblica Dominical, templo sede da IEAD, levou um quadro representativo. Nele haviam dois caminhos, o largo e o estreito. No quadro, o caminho largo era como uma grande cidade, do tipo Paris ou Los Angeles, por exemplo. Cheio de festas, parques, cassinos, moda, bares, lanchonetes, restaurantes. Digamos ser semelhante ao centro de nossa cidade, só que em termos muito mais elevados. Estava cheio de gente: famílias, rodas de amigos, pessoas de montão. No final da cidade havia o lago de fogo e enxofre. O estreito era utópico: um campo como o de uma estrada de fazenda, onde você não vê muitas pessoas, só plantações e animais da agropecuária. Poucas pessoas tornavam o caminho estreito, pois onde passam poucas pessoas, há uma única trilha. No final, encontrava-se o paraíso. Lembro que havia um triângulo no centro do quadro com um olho dentro, que a professora ensinou se tratar do olho de Deus. Quem tiver uma vida regalada terá um final não muito bom. Quem ao contrário, viver na simplicidade, terá um final feliz. Quantas vezes você já ouviu pregações desse tipo? Eu, inúmeras!

Crescei na graça e no conhecimento de Jesus (2° Pe. 3.18)”; “e o menino crescia em sabedoria... (Lc. 2.52)”. Crescer. É isso que todo dia acontece com seu filho e você não percebe. Temos que crescer no conhecimento da palavra, não por nós mesmos ou por livros, dicionários e literaturas que já formalizam o pensamento como regra, mas pela graça de Jesus. Como é precioso entender e ter no momento certo a palavra que alguém precisa, procura, busca. Os caminhos do homem são as vezes vistos como excelente exemplo aos outros, porém o fim deles é de morte e de perdição (Pv. 7.21;14.12;16.2;16.25).

Você quer compreender a grande diferença entre esses dois caminhos, tanto comentada em nossas igrejas? E de uma forma que, tenho certeza, você nunca inquiriu (perguntou)? Continue então lendo, pois teremos a seqüência culminante do assunto, falando sobre os dois caminhos, individualmente.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cobrirá uma multidão de pecados? Quem?

Conversando a pouco com minha amiga Roberta Mayra, e abrindo minha bíblia para ler um verso em Tiago, encontrei algo que havia escrito em 2006, e transcrevo o texto para meditação de todos nós: 

Fizer converter do erro um pecador - Tiago 5.20

De tudo aquilo que aprendemos com as palavras de Jesus Cristo, o amor, que é a base, transcorre por todo o novo testamento. Para amar a Deus eu tenho que amar o meu próximo, voluntariamente. E esse amor a Deus se demonstra com boas obras que vão ao encontro de todas as pessoas, não somente aos meus pais, meus filhos, meus irmãos, meus amigos, minha igreja, meu pastor, etc.


Dos vv 13 ao 16 Tiago nos passa um pouco daquilo que aprendeu com seu mestre Jesus Cristo e o AMOR: estou aflito, nós oramos; estou contente, nós cantamos, sorrimos; estou doente, nós oramos, ungimos - e a oração da fé salvará o doente (dessa enfermidade) e perdoará os pecados cometidos por ele.

O amor faz com eu confesse o meu erro a você e você a mim e que, ninguém ficará sabendo, pois um confia no outro e há fidelidade quando se ouve e guarda, porque já estamos adultos neste ministério da comunhão. Essa oração confessionária com amor sara a nossa alma, que está sempre correndo o risco de sofrer com a vida, com depressão, etc. A oração de um justo pode muito.

1 Jo 3.10 diz: quem não pratica a justiça e não ama ao seu irmão não é de Deus. Por isso Tiago revela que se eu (nós) conseguir converter do erro do seu caminho um pecador, salvarei da morte uma alma, isto é, a dele (o pecador) pela ação do Espírito de Deus. E finaliza dizendo que serão cobertos uma multidão de pecados, um montão de pecados, isto é, os meus, os meus pecados, pois Pedro diz que o amor que emana de mim (nós) cobre muitos pecados (1 Pedro 4.8).

Conclusão: o amor de Deus em nossa vida e em uso a favor dos outros salva os pecadores e nos imuniza contra a condenação do nosso próprio coração. Ame sem reservas!!!

sábado, 21 de julho de 2012

Israel: Monoteísta por causa das outras nações?

"A palavra unidade é invariavelmente reproduzida no antigo testamento. Em meio a tantas nações idólatras, que adoravam vários deuses, fazia-se necessário persistir em fazer o povo de Israel venerar apenas um Deus. Esse fato motivou o Antigo Testamento a realçar a unidade de Deus'' 

Fonte: Curso Interdenominacional de Teologia/Teologia Sistemática/A Doutrina de Deus/A Doutrina da Trindade-pg 67

Parece tao lógico dizer que por causa de o antigo testamento mostrar 'tantas nações idólatras, que adoravam vários deuses, fazia-se necessário persistir em fazer o povo de Israel venerar apenas um Deus', Israel tornou-se monoteísta absoluto e Deus cooperou para isso. O povo de Israel que cria no único Deus, deixou de ter a Santíssima revelação sobre a Trindade, mas Deus foi quem fez isso. Como pode uma coisas dessas, tal afirmação?

Veja que Jesus diz sobre os sacerdotes e a tradição, sobre aquilo que falavam, hipocritamente:
"Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos antepassados, não teríamos tomado parte com eles no derramamento do sangue dos profetas. Assim, vocês testemunham contra si mesmos que são descendentes dos que assassinaram os profetas. Mt 23:30-31".

Dizer que o povo creu que existia apenas um Deus, dentro da doutrina monoteísta e dentro da unidade absoluta de um único SER soberano, para que eles não fossem fazer o que as demais nações faziam, adorar vários deuses, e que nós podemos crer em três pessoas distintas divinamente e, isso não ser politeísmo pratico, parece verdade, parece certo. Parece.

A verdade é algo assim como li no blog do meu amigo Eliseu Antonio Gomes: "No português, verdade é apenas o antônimo de mentira, mas no grego, além de ser o contrário de mentira, também é não praticar omissão, isto é, não esconder a realidade"-http://belverede.blogspot.com.br/2009/07/definindo-apologia-biblica-e-lavagem-de.html


Quando estamos no processo de aprendizado, as perguntas farão parte desse processo. E se as perguntas são enunciadas é porque existe duvida ou falta de entendimento sobre aquilo que estamos aprendendo. E as respostas devem solucionar essas duvidas porque o estudo, a teologia é racional e logica, sem necessidade de fé. E o professor deveria amar o aluno que faz perguntas e o ajuda a pesquisar mais e mais, não desqualifica-lo como herético e pessoa incrédula quanto as, entre aspas, literalmente, VERDADES BÍBLICAS, segundo ele ensina. 

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Quem é Deus?


Mistérios que envolvem a coluna do cristianismo


"Palco de discussão teológica quanto a definição e compreensão por parte dos cristãos e completa rejeição por parte dos que estudam a teologia sem fé, a Trindade é fundamental para a cosmovisão, teologia e prática cristã. Mais importante do que isso: A doutrina da Trindade é claramente ensinada nas escrituras". Fonte - http://www.e-cristianismo.com.br/pt/trindade/180-observacoes-a-doutrina-da-trindade


Dizer que trindade é "claramente ensinada nas escrituras" é a pior forma de argumentação para se defender esse mistério, por assim dizer. Outra coisa, afirmar que há "rejeição por parte dos que estudam a teologia sem fé" parece correto a princípio, mas quem é o homem racional que racionaliza suas questões por fé? Se o leitor iniciante começar seu estudo e pesquisa sobre quem é Deus, ou como está escrito no profeta livro do profeta Oseias que diz: "Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra - Os 6.3", nunca encontrará nada que relacione uma pluralidade de pessoas na formação do Deus de Israel. E também será como a "ALVA" do dia, ou como algo claro e transparente. Não será nenhum mistério ou coisa parecida.

E quando vamos ao novo testamento, mais precisamente ao apóstolo Paulo, que era teólogo, mestre, escriba, leitor e estudante das escrituras, em nenhum lugar daquilo que ele escreveu da revelação do Deus que "prometeu antes pelos seus profetas acerca do seu FILHO (Rm 1.2,3)" veremos a afirmação de um Deus composto em pessoas distintas divinamente. Nada será descrito ou ensinado por Paulo diretamente sobre esse tema, a não ser quando vamos ao tema com os conceitos pré-revelados. Agora, quem nos revelou isso? O Espírito Santo, o Consolador? 

Paulo era judeu, circuncidado, guardador do sábado, monoteísta, que não se alimentava de nada imundo como é relatado nas escrituras. Ele não deixou nada claro que ligue Deus, o Pai, como sendo a primeira pessoa divina. Para Paulo, e isso está claro nas cartas que ele escreveu, Deus é Deus, supremo e altíssimo e ponto final. Se o leitor iniciante, de mente vazia e sem preconceito formado sobre a misteriosa doutrina sobre trindade divina, apenas buscar conhecer a Deus, encontra-LO-á não em forma homoousia de Jesus, mas na forma de Deus e de Pai, Aba.

Essa revelação de um Deus trino deve-se ao fato das muitas controvérsias cristológicas que surgiram após a morte dos apóstolos. A controvérsia nunca foi sobre Deus. Ela sempre esteve ligada a pessoa de Jesus Cristo, se ELE é Deus ou não, se ELE é criado ou não, entre outras controvérsias. A entrada da filosofia e conhecimento secular, as proposições e argumentos lógicos para refutar aquilo que os hereges (segundo eles) diziam acerca do Cristo, fizeram os mestres incorrerem em trágicos erros, em dilemas e inúmeras brigas teológicas. Passaram-se séculos até o DOGMA base do cristianismo ficar pronto. Séculos? Sim, alguns séculos. Mas se os mestres e teólogos afirmam que a trindade é revelada facilmente nas escrituras hoje, por que demoraram séculos para a afirmação desse tão misterioso axioma cristão?

O primeiro indício dessa demora foi por se tratar de uma profecia ou revelação não bíblica, anti-bíblica, ou sem um emissário da tal revelação. Esse dogma é totalmente contrário aquilo que Jesus disse aos judeu: "Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito - Jo 5.39". A revelação das escrituras (antigo testamento) diz respeito, conforme as palavras de Jesus Cristo, não a salvação ou perdição de alguém, mas a revelar em Jesus Cristo, homem (1 Tm 2.5), o redentor de Israel, como o Messias e aquele que, como salvador, reconciliaria o homem justo a Deus.

Um grande filósofo, Plotino, formulou um conceito sobre o universo e para tanto, introduz uma palavra, aliás, criou o termo HIPÓSTASE, tendo o significado de substancia ou realidade. Mais tarde, os bispos da igreja cristã em seus concílios se utilizarão deste substantivo para endossarem suas afirmações sobre a doutrina da trindade. Mas vale ressaltar que a princípio, Plotino queria dizer que esse seu substantivo filosófico serviria para explicar a forma como ele dividia o universo, nas três partes como sendo: Uno, ou Deus; Nous, ou emanações do ser divino no universo; e Alma, num conceito filosófico cheio de termos e definições técnicas - Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plotino, e também http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3stase, entre outros links.

Foi o Espírito Santo quem revelou a doutrina da trindade ao homem? Biblicamente, não. Teologicamente pelo lado dos cristãos trinitários, sim. Jesus diz assim do PARAKLETO: Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse - João 14:26; Quando vier o Conselheiro, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade que provém do Pai, ele testemunhará a meu respeito - João 15:26; Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir - João 16:13. 

A revelação partiu de conceitos teológicos/filosóficos acerca das verdades sobre Deus e de interpretações Antigo/Novo Testamento. E como disse o filósofo francês Gilles Deleuze "os filósofos criam conceitos. Os filósofos não podem resolver os problemas que o seu conceito criou, então, permanecem o conceito e o problema, com seus pretendentes". Que verdade inequívoca! O conceito TRINDADE permanece e com ele o problema da falta de respostas lógicas, racionais e filosóficas acerca de perguntas simples como: Por que eu sei (a Cristologia ensina isso) o que Jesus Cristo disse não saber?

As controvérsias cristológicas pós apóstolos levaram a cúpula da igreja a uma escuridão teológica, a uma caverna de conceitos e afirmações sobre o Senhor Jesus Cristo das quais nem ELE, nem os apóstolos ratificariam facilmente. Nem a revelação nas escrituras é capaz de sustentar, nela mesma, tal meninice (usei um termo menos pesado). 

Mas se é mistério, deveria estar no Apocalipse. Esse mistério jamais deveria ser a célula base da igreja. Nem a coluna principal, doutrinariamente falando, e o ponto mais cheio de falsas explicações existentes.


Elizeu Rodrigues