sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Jesus, agregando pela Fé

Pedro e André

Os evangelhos sinópticos (Mt, Mc e Lc) mostram Pedro e André, os primeiros discípulos de Jesus, lavando as redes, e então, sendo chamados. E pela fé somente, eles deixam tudo: os barcos e as redes de seu pai, que deveria ser um médio ou grande empresário da pesca, e seguem a Jesus. Já o evangelho do apóstolo João é mais elucidativo. Relata no capítulo 1° que João Batizador faz discípulos e batiza às margens do rio Jordão. André, irmão de Simão (Pedro), já é discípulo de João Batista, isto é, havia deixado de lado a tradição de seus pais e cria no que seu mestre ensinava: “Após mim virá um que não sou digno nem de me abaixar e desatar o nó da sua sandália. Ele sim batizará vocês com Espírito Santo e com fogo. Ele está entre vós. Sairá do meio de vós”.
André com certeza acreditava em tudo isso, o que deixava seu irmão Simão nervoso e bravo (mais do que já era), pois como é mais novo que ele, talvez o caçula, ficava brincando de ser profeta, enquanto ele tinha que trabalhar nos barcos do pai, como um empresário de boa reputação que era. Simão com certeza dizia ao pai para chamar a atenção de André, pois precisava da ajuda dele, de um irmão que o auxiliasse com os funcionários de pesca nos barcos. Simão e André com certeza são irmãos do tipo opostos”. Um age sem pensar, o outro pensa para agir. Um fala sem medir o peso de suas palavras, o outro pensa, mede, e prefere ainda aprender com um sábio o que dizer e como dizer. Um faz as coisas que sabe que darão certo, o outro age com fé, crendo que dará certo. Outras coisas mais teríamos a dizer e até confirmar entre esses dois irmãos, porém não é assunto da matéria.
João batista, após batizar Jesus, sempre testemunhou à turba da lei que, “ao afundá-lo e levantá-lo da água do Jordão, viu os céus abertos. Testemunhou que o Espírito de Deus desceu sobre Ele como pomba. E que ouviu uma voz como trovão dizer: Este é meu Filho”. Isto João Batista testemunhou sempre. Um tempo depois, João, o Batizador, continua batizando no Jordão, e entre seus discípulos está André, irmão de Simão. Nesse dia Jesus já está começando seu ministério, agregando homens para serem seus discípulos, aqueles que o seguissem por fé, mesmo que essa fé não fosse necessariamente no filho de Deus. A maioria, como entendo, todos os discípulos, cria que Jesus era outro profeta, ou um grande líder político-religioso, como Matatias Macabeu. Creio que somente após o dia de pentecostes, eles irão compreender que Jesus Cristo era realmente o filho de Deus, conforme relataram os profetas.
Toda a turba que seguia João Batista sempre o questionava se realmente ele era o Cristo, e a resposta dele era sempre: “não sou”. Como ele dizia que não era o Cristo, perguntavam se ele era então Elias, ou um dos profetas, e a respostas era sempre: “não sou”. Finalmente perguntaram quem ele era realmente, para que levassem a resposta aos que os haviam enviados. Contudo, a resposta de João, o Batizador, foi: “Sou a voz do que clama no deserto, como falou o profeta Isaías”. Então os doutores o questionaram mais uma vez, mostrando que, como ele não era profeta, nem Elias, muito menos o Cristo, não poderia batizar ninguém. Respondeu-lhes João: “Eu batizo em água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis. É aquele que vem depois de mim, de quem eu não sou digno de desatar a correia da sua sandália”.
Quando continua aprendendo com João Batista, André, o irmão de Simão está sempre a ouvir e escutar suas admoestações. Nesse dia, quando o profeta João Batista vê passar Jesus, aponta o dedo e mostra aos seus discípulos: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Ao ouvir isso, André e outro discípulo, seu amigo, o seguem. Como está relatado em Jo 1.35-42, eles seguem Jesus somente para confirmar o que sentiram em seus corações: “Ele é o Messias (ungido)!!!”. Então os dois vão seguindo Jesus, até sua casa.
A história relatada é curta, sucinta e breve. Jesus, quando percebe que eles o seguem, pergunta o que buscam. Indagam somente onde Ele reside. Com a resposta de Jesus, “vinde e vede”, os dois ficam o dia todo com Ele, ouvindo, aprendendo e recebendo aquilo que muitos procuravam (e procuram hoje): ATENÇÂO!
Estes dois jovens homens ouvem o que nunca imaginavam ouvir de outro homem: respostas que todos procuravam (e procuram hoje). Tem um seriado na TV, que virou filme, onde o ator representa Jesus brincando, sorrindo. Este filme é muito criticado pelos Cristãos tradicionais (católicos, protestantes pentecostais ou não). Em meu singelo entendimento, o Jesus que esses dois jovens homens conheceram era assim. Uma sabedoria que não o elitizava, nem o deixava eloqüentemente chato, como muitos pastores e preletores hoje, que falam coisas que nem a gente que estuda entende, a não ser que leve o dicionário ao culto; mas um homem com uma graça tremenda vinda de Deus, que o tornava Messias, o Ungido de Deus.
Eles conheciam a história sobre o rei Davi, um homem segundo o coração de Deus. Davi foi ungido por Samuel, o profeta, para ser rei sobre Israel. Mesmo assim, ele nunca permitiu que a posição elevada que ganhou afastasse a presença de Deus dele. Em Jesus percebem a mesma coisa, pois é um homem semelhante aos dois, e aos grandes homens do TENAK (Antigo Testamento), porém suas palavras são diferentes. São novas, como nunca ouviram antes. O respeito de Jesus por eles foi enorme, tremendo. E a reverência para com Deus, esta sim, inigualável, pois, ao partirem o pão em sua mesa percebem sua oração de agradecimento ao Pai. Com certeza, os dois eram muito criticados, como já relatei sobre André. Mas agora presenciam algo que achavam essencial ao homem judeu: o viver por fé! Ao saírem da casa de Jesus, sendo abençoados por Ele, vão à suas casas. O amigo de André vai levar a notícia ao seu pai e irmãos. Já André procura por Simão, seu irmão.
André chega em casa tão sorridente e alegre, que contagia toda sua família. Simão, ao ver André com grande alegria, fica mais irritado e bravo: “— Estou há tempos te esperando para lavarmos estas redes e retirar os barcos da água, e você brincando de ser profeta!” Simão está desconsolado. Trabalhou muito, o dia inteiro, nos barcos do pai. Limpou as redes com seus funcionários, puxaram os barcos para seco, e André, seu irmão mais novo andando com João Batista, sendo seu discípulo.
Pedro deve ter falado muita coisa a André e com razão, pois eles são os filhos do dono do barco e donos também. Deveriam trabalhar juntos. Simão, que já vivia exacerbado com o fato de Jonas, seu pai, permitisse André fazer essas coisas, sem ao menos ajudá-lo no trabalho, pede a André que pare com isso. Hoje, quando nos convertemos e aceitamos a Jesus como nosso salvador não é diferente. Nossa família, nossos amigos, parentes, ficam igual Pedro, meneando a cabeça e dizendo que isto não dá pão. Fato parecido com o relato das irmãs Marta e Maria.
Após ouvir todo o sermão que Simão lhe dá, André toma coragem, e fala com ele sério: “—Achamos o Messias!”. Esta palavra, Messias (Ungido), toca o duro coração de Simão. E o tocar o coração é um sentimento que muitas vezes não resistimos, mas na maioria das vezes engolimos este sentimento, para não passarmos vergonha, em nosso convívio diário. Pedro passa por isso. Seu coração começa a emitir algo que ele normalmente não sentia, pois é um prático homem do mar. Ele pede então a André que lhe mostre onde mora esse profeta, para ele confirmar se o relato é verdade, pois nunca o viu daquele jeito, nem jamais sentiu aquilo no coração.
André então o leva à uma residência de classe média, como a deles, onde Simão constata três coisas que o abalam na forma de crer: - a primeira é ver que o messias não é um rei rico e poderoso como Davi, mas reside em local mais simples até que sua própria casa; - a segunda é encontrar um homem na sua semelhança, igual o duro Simão; - a terceira ele não pode resistir —“são as palavras que ele ouve, que vão direto ao seu coração, discernindo os seus pensamentos e a intenção que ele tinha em conhecer este homem, Jesus de Nazaré”. Simão, ao perceber que o homem é verdadeiramente santo, se ajoelha e pede perdão em oração silenciosa a Jeová. Então Jesus diz ao bruto Simão: “— Tu és Simão, o filho de Jonas; porém eu te chamarei Pedro!”.
Eles então retornam para casa. Simão começa a se questionar sobre muita coisa. Por que eles, judeus filhos de Abraão, não tem palavras como as de Jesus, palavras que encontram a porta do coração das pessoas, como ele? Por que não demonstravam nada do que falaram os profetas, para com Deus e os irmãos? Por que tinham que estar como animais em currais, fazendo somente o que a corda ou a cerca permitisse? Por que, por que, e por que, são os pensamentos de Simão, quando vão para casa.
Mesmo ouvindo tudo aquilo de Jesus, Simão não entende e retorna ao seu trabalho, a pesca. Em casa com sua esposa e filhos, percebe que tudo aquilo que sentiu na casa de Jesus foi só emoção, algo passageiro. Ele imagina que o mesmo aconteceu com seu irmão André. Simão queria ter uma fé viva, mas não encontrava dentro de si nenhum resquício daquilo que os letrados ensinavam nas sinagogas, que baseava tudo nas tradições dos pais e nas de Moisés. Como vê que tudo não passou de ilusão e emoção, volta ao trabalho nos barcos, e leva André, intimando-o para ajudá-lo com seus empregados. André então vê que Simão está certo, e também volta ao trabalho nos barcos.



Tiago e João

Os sinópticos (Mt, Mc e Lc) também narram semelhantemente a chamada de Tiago e João. Mateus relata que, após chamar Pedro e André, Jesus vê Tiago e João, em outro barco na praia, lavando as redes. Marcos conta que os dois estavam no barco de Zebedeu, seu pai, consertando as redes. Já em Lucas, o relato é pouco mais farto, e farei alguns pormenores com o evangelho segundo São João.
Lembra que o testemunho de João Batista entrou no coração de dois de seus discípulos, um André, irmão de Simão e outro discípulo, anônimo? Em minha reflexão, e escrevendo sobre fé, este outro discípulo é João, o escritor do Evangelho onde ele se auto nomeia: “aquele a quem o Senhor amava”.
Assim como Jonas, pai de Simão e André, Zebedeu, pai de Tiago e João era empresário da pesca também. Podem ter sido parentes próximos, conforme relata a tradição, ou na menor das hipóteses, amigos. O significado do nome do pai de Simão no hebraico-aramaico é “pombo”, muito diferente da forma como eram conhecidos os filhos de Zebedeu, “Boanerges = TROVÂO”. Esse pode ter sido um dos vários motivos de Simão ser tão bravo. Simão e Tiago eram os mais velhos, os braços direitos de seus pais.
André e João eram discípulos de João Batista, conforme Jo 1.35, no meu singelo estudo nos evangelhos. O relato em Lc 5.1-11 é o que nos esclarece melhor o chamamento dos primeiros apóstolos. Conforme já mencionei sobre o “outro discípulo” que estava com André, ele é João, o irmão de Tiago, o escritor do Evangelho, das Cartas e do Apocalipse. Darei três razões para confirmar isso: 1- Jonas e Zebedeu, pescadores; 2 – Simão e Tiago os mais velhos em casa, seus gerenciadores; 3 – André e João os caçulas ou mais novos, desacreditados. Desacreditados? É, desacreditados, pois o fato de Jesus falar com Simão e mudar seu nome, assim mesmo ele volta à pesca, desacreditando em seu irmão André.
Com João, irmão de Tiago, não deve ter sido diferente. Ele falou com Tiago, com seu pai, com sua família, seus amigos, mas ninguém deu muito crédito nesse tal Jesus de Nazaré. Isso porque nessa época pós-cativeiro, muitos profetas haviam aparecido. Para eles, Jesus deveria ser mais um. Simão deve ter conversado com Zebedeu e Tiago sobre o assunto: “—Eu mesmo fui com André até a casa desse profeta. Não vi nele nada diferente dos outros. Apenas me emocionou com suas palavras”.
João descobre um homem diferente, que resplandece amor. Mesmo assim, após saber da ida de Simão e da mudança do seu nome para Pedro (duro, pedregulho), de ouvir junto a seu melhor amigo André, palavras inefáveis do Mestre, ele tem essa chama apagada e volta a trabalhar nos barcos, conforme pedido de seu pai. O encontro com Jesus, a fé ao perceber algo diferente nele, crendo que é o Messias, o Ungido, não foi tão forte a ponto de deixar pai, mãe, irmãos, família, para seguí-lo. Ele ficou triste pois seu coração sabia que aquele homem era, mesmo que não aparentasse, segundo o coração de Deus. João era um judeu diferente e isso piora ao ter o encontro com Jesus. Ele é obrigado a retornar à pesca, tudo pela crítica feita por Simão à sua família, pois Simão tinha uma boa reputação de homem sábio e entendido na pesca.
Uma noite depois estão pescando. Laçam as redes nas águas e não pescam nada. Nesse vai-vem de jogar redes e puxar redes, sem nada apanhar, João começa a lembrar do Tenak. Pensa em Jonas, o profeta. Um homem que foi chamado por Deus para fazer algo difícil: sair de Israel (Reino do Norte) e pregar a outro reino, os assírios, em Nínive, uma mensagem de arrependimento. João entende que o fato do profeta Jonas ter dado meia volta ao mandato divino é a causa das tragédias que o barco foi exposto. Depois de Jonas ser lançado ao mar (sua consciência sabia que havia desobedecido a Deus), fica três dias tendo que pedir perdão a Deus, e dizer que, agora sim não errará mais.
Assim estava João no barco com Tiago seu irmão. Pensava no que Deus faria com ele, pois preferiu voltar ao trabalho com seu pai, e deixar Jesus de lado. Ele está decidido que, como não pescaram nada, dirá ao pai que é por causa dele, e que não deseja pescar mais, pois as próximas pescarias seriam até piores. Já está decidido, que ao descer do barco, dirá isso ao pai e a Tiago. Quando param na praia, exaustos, seu pai e seu irmão começam a lavar as redes, consertar as malhas que se romperam, preparando-se para a próxima saída, em outro dia. João, como tem bom coração, ajuda seu pai e seu irmão. Ainda os consola, dizendo que "a próxima saída será muito melhor", mesmo não querendo mais ser pescador, e sim, discípulo de Jesus.
Quando estão quase terminando de consertar as redes, André, seu amigo, grita do outro barco, na praia: “—João, Jesus está aqui!!!”. Ao ouvir isso, João fica trêmulo. Não sabe o que dizer nem o que fazer. Por sorte, Jesus vai em direção a Simão e pede para afastar seu barco um pouco da praia, para que Ele possa ministrar ao povo. Simão, que possuía um grande respeito pelo homem Jesus, afasta seu barco a uma boa altura. Jesus então começa sua homilia: “—Arrependei-vos, pois é chegado o Reino de Deus”.
João, que ficou em terra com André, sente as lágrimas caírem de seus olhos. Zebedeu percebe que o homem é mesmo diferente, e sente talvez a mesma coisa que João, seu filho. Não há relato nos evangelhos sobre o que Jesus falou neste dia, porém atrevo-me a citar isso: “—Buscai o Senhor, vós todos os mansos da terra, que pondes por obra o juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do Senhor (Sf 2.3)”. Os pescadores que estavam ali exaustos e cansados de tanto trabalhar, se revigoram e começam a ouvir estas palavras. Jesus continua em sua homilia: “—... um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do Senhor (Sf 3.12)”. Zebedeu percebe que não poderá segurar mais João, seu filho, pois vê algo espetacular neste Homem.
Ao terminar a mensagem, Simão pega o remo e vai a direção da praia, para que o Mestre desça. Ele está triste por ter falado tudo aquilo ao seu irmão, com relação a Jesus. O Mestre mexeu com seu brio novamente, pois não consegue segurar o pranto ao recordar as coisas que falou a André. Simão está tão desconcertado que nem olha para o Mestre, pois sua consciência o acusa como homem insensato. Criticou muito seu irmão André, e fez comentários dele até com a família de seu amigo Tiago, o depreciando como irmão mais novo.
Só que Jesus pede a Simão que vá um pouco mais adentro ao mar, e que lance a rede em um lugar determinado. Simão, como é um pescador experiente e prático, que só faz o que sabe que dará certo, e só joga a rede onde já sabe que está o peixe, fala ao Mestre que já lancearam a noite toda, que a maré hoje não está boa para a pesca. Explica que o vento não é bom, que o céu está muito claro, que a lua é minguante. Contudo ainda permanece algo grande de incredulidade em Simão. Pensando em seu irmão André, ele fala ao Mestre: “—Senhor, trabalhamos toda noite e não apanhamos nada. Mas porque o Senhor está mandando, lançarei a rede (Lc 5.5)”. O pensamento de Simão é provar ao seu irmão que, Ele é mais um dos muitos charlatões que apareciam em todo território de Israel.
O período interbíblico e histórico de Israel nos trezentos anos antes de Cristo são fartos em homens, profetas, líderes de qualquer espécie que faziam o povo seguí-los. Simão não quer que seu irmão seja iludido por sentimentos. Ele joga a rede no mar pois crê que não há peixe algum, pois de mar e peixe ele conhece muito bem. A rede então é lançada e Simão começa a imaginar por quê obedeceu a Jesus. Só para constatar o que em sua mentalidade era óbvio? Que o mar da Galiléia não está para peixe? Lembra de Abraão, um homem de idade avançada, que teve um filho assim mesmo, pois acreditou em Deus, naquilo que o Eterno falou ao seu coração. Ele começa a se imaginar por um outro lado, por outra perspectiva. Será que um homem prático como ele poderia ter fé em algo que jamais viu ?
Suas respostas serão respondidas agora, ao segurar as redes e começar a recolhê-las para dentro do barco. Como de mar ele conhece bem, e sabe a diferença entre o que é peixe e o que é entulho, segura firme as redes. Como está muito pesado, manda André pedir ajuda para Tiago. João e Tiago então ajudam a puxar a rede com o barco lado a lado, e ficam sem imaginar o que seria aquilo. Como Lucas relata, os dois “barcos ficam cheios, da maneira que quase vão a pique”.
Pedro então não tem mais nenhuma dúvida. Vê que o homem que está em seu barco é profeta, é santo. Ajoelha-se e pede ao Senhor que se ausente dele, pois é um pecador. Em toda sua vida, jamais viu pesca daquele tipo. Da mesma maneira também Tiago e João, os filhos de Zebedeu. Jesus então fala a Simão: “—Pedro, não temas, de agora em diante serás pescador de homens (Lc 5.8-10)”. Ao chegar à praia, Simão e André, Tiago e João, deixam tudo com seus pais, e com seus funcionários, e seguem Jesus. O interessante é que, na simplicidade de Jesus, os quatro homens de posição social média, seguem-no sem a menor perspectiva futura. Se seriam reis, sacerdotes, ministros... nada, nada mesmo. Vemos então que a fé mexe com os sentimentos escondidos.
Fé é isso. É crer em algo que nós não sabemos como, mas irá acontecer. É agradecer e louvar a Deus, por algo que na está atrelado a nada, a não ser servir seu Filho Jesus Cristo. Nossa fé precisa ser sempre assim. Através dela, a grande nuvem de testemunhas que nos acompanha possa ver o resplandecer da justiça de Deus em nossas vidas. Eis o eterno desejo no coração do Pai celestial: que nós, como criaturas feitas por suas mãos, vivamos por fé, sabendo que Ele é nosso Pai, nosso criador, Pai do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A profecia de Habacuque 2.4 “... mas o justo viverá pela sua fé” é utilizado por Paulo em sua carta aos Romanos 1.16,17, onde afirma que pelo evangelho de Cristo, o povo descobre a justiça de Deus em nossa vida. O “de fé em fé” usado pelo apóstolo dos gentios no v. 17, entendo que seja na minha fé, na sua fé, na fé do pastor, na fé do jovem, da criança. A fé é o que realmente agrada a Deus, pois por ela o mundo percebe que somos regenerados, preparados para toda boa obra, e que verdadeiramente vivemos o dia de hoje, como se Cristo voltasse amanhã.
Então, não que ache errado dizer que Pedro foi chamado por Jesus, porém achou melhor retornar à pesca, como todos ensinam nas lições dominicais e pregações, desde que me conheço por gente. O que aprendo com uma pequena compreensão pessoal, não buscando subsídios em livros, dicionários ou enciclopédias, é que Pedro cria que Jesus era um profeta, um grande líder, alguém comparado a Moisés, que os libertou do Egito. Entendo que só depois de receber o batismo no Espírito Santo, é que ele e os demais apóstolos têm a verdadeira ciência de que Jesus, homem, era o verdadeiro Filho de Deus, predito pelos profetas. Dizer que ele cometeu muitos erros parece muito fácil, pois é só folhear o Novo Testamento que a água do conhecimento dos aspectos positivos e negativos de Pedro são elencados. Agora, difícil mesmo, incontestável mesmo, é fazer o que Jesus ensina, e que para Pedro sempre foi uma grande barreira: “NEGUE-SE A SI MESMO!”
Dc Elizeu rodrigues dos Santos, extraído de seu diário pessoal - Autor e Consumador da Fé

domingo, 21 de outubro de 2007

"Sem dúvida, me direis este provérbio"

“Pentecostal que não faz barulho está com defeito”
(Pr Marco Feliciano)


Você acredita neste ditado ensinado nas pregações do Pr Marco Feliciano, como por outros pregadores? Ele também diz que “esse grito anima o pregador e alegra a Deus”. O Antigo Testamento traz uma menção desse tipo, em 1º Sm 1.9-14, onde o sacerdote Eli vê que Ana não faz barulho, só mexe os lábios, e a julga como "defeituosa" (embriagada).

Então, vejamos o que o Mestre dos mestres, o Homem que tem as palavras de vida eterna ensina:
“Mas tu quando orares, entra no teu aposento e, fechando a porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto” (Mt 6.6); “Despedida a multidão, subiu ao monte para orar a parte” (Mt 13.23); “e, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando...” (Mt 26.39); “Jesus chorou ...levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou ...” (Jo 11.35,41).
Nenhuma oração de Jesus foi movida a barulho. O modo como o fariseu, de Lc 18.10-14 ora, querendo se mostrar (e se justificar) é totalmente reprovado por Jesus, como em seu discurso em Mt 23 contra os mesmos: “a fim de serem vistos”... “amam os primeiros lugares”... “saudações”... “serem chamados Rabi”.

Jesus foi homem cheio do Espírito Santo, após ser batizado. Todos os apóstolos eram cheios do Espírito. Não há nenhum relato neotestamentário que leva-nos a crer na afirmação do Pr Marco Feliciano. Em At 16.25, quando Paulo e Silas estavam acorrentados na prisão, está escrito que os dois oravam e cantavam. Não há menção de barulho como o de Atos 2.

Tomemos então cuidado com o que afirmamos e ratificamos, dizendo que é bíblico. Com comentáios deste tipo acabamos perdendo nossa salvação, pois matamos alguém com eles, nos tornando homicidas, e homicida nenhum tem em si mesmo a vida eterna. E barulho sempre é proveniente de algo vazio. Bater em qualquer recipiente cheio não produzirá som com alto nível de decibéis. Recipiente cheio sempre produzirá som uníssono; e grave, como o baixo de um coral.

Dc Elizeu R dos Santos, professor

Por que enterramos os talentos?


“Mas o que recebera um ,foi ,e cavou na terra , e escondeu o dinheiro do seu senhor (Mt 25.18)”


A parábola dos talentos é uma das mais belas ilustrações referente aos princípios do reino de DEUS no que diz respeito ao serviço que prestamos ao Senhor e ao caráter dos seus servos. JESUS, nesta parábola, é representado pelo homem, dono de terras, que se ausenta por um tempo, chama os seus servos e lhes confia o trabalho em sua propriedade, entregando-lhes os seus bens.
A parábola fala de três servos que receberam do seu senhor os talentos, isto de acordo com a capacidade de cada um deles. Um recebeu cinco talentos, outro recebeu dois e outro recebeu um. Mesmo não havendo no texto a ordem expressa de que deveriam trabalhar, produzir, multiplicar o que receberam, isto ficou claro quando do retorno daquele senhor para o acerto de contas (v.19) bem como na passagem correlata de Lc 19.13. Então, o certo é que cada um daqueles servos deveria trabalhar no intuito de produzir para o seu senhor.
Interessante notarmos que o senhor que se ausenta, o dono da propriedade, não deixa nenhum fiscal para acompanhar o trabalho destes servos. Não há qualquer tipo de fiscalização ou supervisão do trabalho. Eles deveriam trabalhar livremente e aguardar, no final, no retorno de seu senhor, o acerto de contas (v.19). Aqueles servos certamente desfrutavam da total confiança do seu senhor e tinham a liberdade de usar os talentos recebidos da maneira como entendessem.
Notamos que o que recebera cinco talentos trabalhou arduamente, procurando retribuir a confiança de seu senhor, agindo semelhantemente o que recebera dois. Ambos foram recompensados pelos trabalhos prestados, recebendo elogios de seu senhor e a entrada no gozo eterno!!! (v. 21-23). Porém, aquele que recebeu um talento não procedeu conforme os outros. Ao contrário, “cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor (v. 18)”, recebendo no momento do acerto de contas, a dura sentença de ser chamado “servo mau e negligente. Inútil!” E ser lançado para longe do seu senhor, perdendo a alegria do gozo eterno (v. 30).
Observamos na vida deste trabalhador a atitude de negligência e descaso com o dono da terra, com seu senhor. Tudo bem que recebera apenas um talento. Pouco, na verdade, porém correspondia a sua capacidade (v.15). Muitos trabalhadores, sem dúvida, gostariam de estar em seu lugar. Mas o privilégio foi dado a ele.
Lamentavelmente não deu valor ao que recebeu. Preferiu não fazer nada com o talento recebido. Ou pior, enterrou-o, escondendo do seu senhor. Quem sabe, sentiu-se diminuído, inferiorizado em relação aos outros que receberam mais do que ele. Sua atitude em enterrar o talento recebido, mostra-nos, como diz o texto, que ele possuía um conhecimento errado acerca do seu senhor e que não tinha um bom relacionamento com ele. Atente para suas palavras: “conhecia-te, que és um homem duro... (v. 24)”. Note: Ele pensava que o seu senhor fosse um homem opressor, impiedoso, pronto a castigá-lo, caso cometesse algum erro.
Estes, pensamos, são alguns motivos que o levaram a agir dessa maneira, fazendo-o perder a entrada no gozo do seu senhor. Fidelidade por parte de seus servos, daqueles trabalhadores no cumprimento de seus deveres, era o que anelava aquele senhor quando retornasse (Lc 16.10; 1º Co 4.2), esperando ver seus bens multiplicados pelo trabalho fiel de seus servos.
Deus distribuiu dons e talentos à todas as suas criaturas e isto é muito precioso, não podendo ser desperdiçado! Ninguém há que tenha ficado esquecido e que não recebeu das mãos do Senhor certos dons, habilidades para serem usadas a seu serviço. Independente da quantidade, pois Deus conhece mais do que ninguém o quanto podemos administrar, esses dotes (talentos), devem ser empregados com a maior qualidade possível!!!
O princípio divino no serviço do Reino mostra-nos que temos obrigações iguais, não importando o quanto temos ou fazemos. Trabalhemos pois, diligentemente, perseverantes e fiéis aos talentos que temos recebido do Senhor. Temos a incumbência de usá-los em sua obra com a máxima dedicação, empenho e cuidado, pois no dia do acerto de contas, seremos aceitos pelo dono dos talentos!!!
Como falamos acima, o Senhor não fiscaliza o trabalho dos seus servos. Apenas entrega-lhes os talentos, confiando na fidelidade deles, esperando um trabalho frutífero e produtivo. O verdadeiro caráter dos servos é manifestado justamente na ausência do seu senhor. Dois demonstram um caráter íntegro, fiel. O outro servo não. Da mesma forma, cada um de nós trabalha com total liberdade na obra do Senhor, não havendo aparentemente qualquer fiscalização; fazemos, agimos, da forma como achamos que deve ser feito.
Como tem sido o seu trabalho com Deus e para com Deus? Como tens usado o talento ou os talentos que ele lhe concedeu? Como se manifesta o seu verdadeiro caráter quando ninguém lhe vê? Estas sendo fiel no serviço ao Senhor, procurando fazer o melhor para Ele? Sente-se uma pessoa de um talento só e às vezes é levado a pensar que com suas poucas aptidões nada se pode esperar de você? Isto te tem levado a negligenciar e tratar com desdém o Senhor e a sua obra? Sente-se inferior, menor em relação aos outros que lhe cercam, por pensar que possuem mais do que você? Talvez, como o servo de um talento da parábola, você tem pensado erradamente que Deus é um carrasco vingativo, um monstro terrível que age sem misericórdia, e isto lhe faz enterrar os talentos que Ele lhe deu.
Saiba que você é muito útil à obra do Senhor e para o Senhor. Ele lhe concedeu dons e talentos, habilidades preciosas para você usá-las a seu serviço. O Senhor confia em você e espera o seu melhor. Não se sinta uma pessoa desqualificada, inferior. Não tenha medo de Deus. Ame-O, adore-O, reverencie-O, renda-lhe graças por acreditar em você e ter lhe confiado este trabalho em sua obra. Não inutilize seus talentos. Não os enterre. Não dê desculpas a Deus alegando não saber fazer ou não ter oportunidade. Lembre-se: não é a quantidade que recebemos que determinará a nossa recompensa, e sim, a fidelidade no uso do que recebemos. Seja fiel no que faz com e para Deus. Não importa o que você faz. Seja qualquer atividade, mostre-se fiel, tendo a convicção de que o seu trabalho não é vão ao Senhor, mas terá uma recompensa (1º Co 15.58).
O que o Senhor lhe confiou está de acordo com a sua capacidade. Portanto, não há desculpas para negligência, apatia, inércia, estagnação. Assim sendo, de acordo com a nossa capacidade, devemos cumprir nossa missão fielmente, como bons administradores de Deus na terra, revelando o verdadeiro caráter cristão. Assim, no dia do acerto de contas com o Senhor, posamos ouvir: “bem está servo bom e fiel...” . Amém.

Pb Samuel Marques França, superintendente da EBD, professor, palestrante e membro do Centro de Apologética da IEAD em Paranaguá. Texto integral do informativo dominical Didaskein nº 3.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Primeiro Tratado - Diferencial pessoal

Por Elizeu Rodrigues dos santos, editor
Hoje, 06 de Agosto de 2007, um ano após iniciar meus trabalhos de ler e escrever sobre assuntos de caráter cristão, começo a passá-los ao Word em forma de texto-livro, pois adquiri um computador. Muita coisa ainda escreverei, sempre colocando a data para me localizar no tempo. Dessa forma estarei situado no tempo e espaço da mudança no sentido de minha vida. Tudo isso para honra e glória do nome de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e de Nosso Eterno Deus e Pai, Senhor dos céus e da terra.
Início de tudo (01/08/2006)

O que quero de bom pra mim é o mesmo sentimento que tenho ou desejo a meu irmão? Minha pregação está dotada de excelente poder em eloqüência? E na letra, livros, palavras que não são minhas, cópias e cópias de grandes e modernos pregadores? Será que aquela voz na tribuna é minha mesmo ou me transformo em um artista ao pegar o microfone? Deixo fluir e transparecer aquilo que sou em casa dentro ou nos átrios da igreja? Aos amigos de trabalho e onde estudo, será que eles sabem que aquilo que vêem em mim é o retrato do que sou em casa ou na igreja? E no almoço de domingo com parentes, eles conseguem visualizar aquilo que realmente sou em casa, como pareço ser na igreja? Se estou na fila do banco, no consultório médico ou hospital, no supermercado, na praia ou em qualquer outro lugar, as pessoas conseguem notar ao contemplar-me junto a esposa e filhos, que somos diferentes deles? Eles conseguiriam identificar que por maiores dificuldades que pudéssemos enfrentar, elas não mudariam aquilo que Deus passou aos homens no passado e que, depois Jesus fez, sendo homem idêntico a nós?
Até parece que comecei meu trabalho com muitas perguntas. Como somos homens naturais, apesar da posição que possamos ter ou desempenhar, as perguntas são feitas muitas e muitas vezes dentro de nós, buscando o desfecho daquilo que aprendemos.


Em Mt 25, Jesus ouve uma seqüência de perguntas inquietantes: “Quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos te ver? ( vv. 37,38 e 39)”. Os escolhidos por Cristo perguntam isso pois ouvem Jesus elogiá-los, chamá-los “benditos de meu Pai”, e que “possuirão o Reino que lhes está preparado desde a fundação do mundo”, mesmo que eles não buscassem isso em sua caminhada, como sendo algo mais importante do que compartilhar com seu próximo tudo que para eles era normal, e que o Jesus dos evangelhos sempre priorizou.
Para eles, que foram contados como ovelhas e tirados do meio de bodes, tudo parece novo. A novidade de vida da qual a Bíblia nos relata em Rm. 6.4, fala que o batismo para nós hoje é como a morte de Jesus Cristo na cruz. Começa com a morte do nosso velho ser, e a ressurreição de uma nova criatura, um novo ser. É ser contado como ovelha, mesmo andando com bodes. Assim Jesus falou de diversas maneiras e por inúmeras vezes nos evangelhos, coisa que nem nos salmos alguém poderia encontrar.


Em Mt. 24 Jesus ministra ao povo necessitado, pobres, velhos, aleijados, crianças, ricos de bom coração e até espias dos sacerdotes (religiosos), um sermão que para nós foi intitulado profético, devido a excelência das palavras e a dureza da doutrina. Nos vv. 40 e 41 fala que estando dois no campo, um será levado e o outro, deixado para trás (homens). Estando duas no moinho, será levado uma, e a outra, deixada para trás (mulher). Qual será a marca que o Senhor Jesus vai requerer nesse dia e que fará a diferença entre o bode (ímpio religioso) e a ovelha (servo justo)?
Sem querer ser muito observador, olhamos a pregação de Jesus ao povo. Ele diferenciou o povo sem em momento algum citar obras, posição externa quanto a trajes, cargo político ou eclesiástico, etc. Até a dispersão de pessoas que a lei ordenava por serem leprosos, prostitutas, as pessoas que a religião tinha por pecadores, pois viviam doentes, fracos, na pobreza, não foi em momento algum colocada em questão por Jesus. O ponto de contato fundamental e diferencial que Jesus sempre usou é o que encontramos nos evangelhos.


Os fariseus, religiosos conservadores da tradição pós-cativeiro, devido ao avivamento que profetizou Habacuque, perguntam a Jesus qual é, de tudo aquilo que o líder Moisés deixou, o maior e mais importante mandamento. Jesus então fala exatamente o que eles queriam ouvir: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento (Mt. 22.37)”. Pela primeira vez, os jovens fariseus, intelectuais, estudados, teólogos, acreditam ter conseguido fazer Jesus falar o que eles sempre ouviram nos últimos quatrocentos e setenta anos. No momento da resposta de Jesus, eles creem que, devido a eloquência e sabedoria em formular uma excelente pergunta, isto foi o ponto chave para a boa resposta que Jesus deu a seus olhos.


Com certeza lembram-se de seus adversários doutrinários, os saduceus, pois sabem que Jesus os haviam deixados mudos na mesma sinagoga. Seus corações estão cheios de alegria, pois a resposta de Jesus, a princípio, era tudo o que eles aprenderam no grupo fariseu. A lembrança de Moisés os deixava totalmente certos em sua crença. O que ele escreveu no Sinai, até o “profeta” Jesus, de sua época, lia e sabia a grande importância que tinha a lei. Estão já satisfeitos ao perceber que aquilo que falam de Jesus não é verdade. No caso dos saduceus que ficaram calados e mudos com a resposta de Jesus, acreditam eles que, como não foram bons em elaborar a pergunta, Jesus deu uma resposta que não os agradou. Como não os agradou, calaram-se sem saber o que replicar ao Mestre. Os fariseus pensam que haviam conseguido fazer com que o Mestre Jesus não se alterasse nem começasse a falar para o povo que o seguia da mesma forma que falou aos saduceus.
Para nós hoje, também são parecidas as situações. Muitas vezes alguém nos pergunta algo e a resposta que deveríamos dar causará algo ruim entre nós e a pessoa que disse ou perguntou tal coisa. O medo de que o que dissermos, mesmo certos e com o nosso testemunho mesclando palavra por palavra, faz-nos responder ou dizer coisas que nos deixam em boa posição em relação à pessoa que nos inquiriu ou a quem falamos algo.”


Pela primeira vez, Jesus seria um profeta bem visto pelos fariseus e demais sectários. O que eles não tinham ideia era o que viria depois. A conclusão de sua primeira parte à resposta inquirida foi: “Este é o primeiro e grande mandamento”. O júbilo do credo farisaico muda quando Jesus continua sua locução: “E o segundo semelhante a este é: Amarás a teu próximo como a ti mesmo (Mt. 22.39)”. Concluindo, Jesus fecha sua metodologia de que bodes e ovelhas, ímpios e justos, isto é, todos vivem debaixo do primeiro e segundo mandamentos de Deus. Completa dizendo que “desses dois dependem toda lei e os profetas (Mt. 22.40)”.
Diferencial pessoal, isto foi o que Jesus sempre procurou. Amar a Deus, ser servo fiel, ser filho amado do Pai, ser discípulo, obreiro, cantor de hinos e autor de poesias e salmos. Como é bom ouvir isso de Deus! Como será dizer que amamos a Deus, o qual Moisés não suportaria vê-lo frente a frente, se não nos importarmos primeiro com o nosso próximo? Ser religioso será que diferenciará alguém no dia da volta do Salvador? Se estivermos aguardando a ressurreição de nosso corpo para a vida eterna, a religiosidade será o elemento mais importante perante Jesus, ou só saberemos a verdade na segunda ressurreição, para a morte eterna?


Paulo, em Atenas, os acha muito religiosos (supersticiosos), pois tinham muitos altares e templos, um para cada deus dos quais eles adoravam (At. 17.22). Chama-os de religiosos, uma coisa que ele foi por 40 anos, até ser chamado por Jesus Cristo no caminho para Damasco. Tiago escreve em sua epístola que “se alguém diz ser religioso (cristão?) e não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo, e a sua religião não vale coisa alguma”. O apóstolo Tiago é usado de forma profética e coloca um ponto final ao termo religioso-cristão: “O cristão puro e sem faltas, do ponto de vista de Deus, o Pai, é aquele que cuida dos órfãos e das viúvas, e cuja alma permanece fiel ao Senhor, sem contaminar-se e nem ao menos sujar-se em seus contatos com o mundo (Tg. 1.26,27)”.


Jesus sempre buscou algo no coração do homem. Religião por si só não é nada. Ser cristão em trajes só para que as pessoas do mundo digam “lá vai um crente”, sem que vejam o ponto diferencial que Jesus sempre pregou em seu curto e frutífero ministério, não habilitará o crente a ser um servo por completo. Será falho e achado em falta, e talvez nem será separado como ovelha. Em Lc. 10.25-37 Jesus novamente é inquirido por um certo doutor da lei, que pergunta ao Mestre o que deverá fazer para herdar a vida eterna. Como Jesus sabe que o doutor da lei quer fazê-lo errar, pergunta então ao doutor o que ele tem lido na lei. Esse certo doutor da lei, que deveria ser até mesmo um dos fariseus que já o haviam inquirido tempos atrás sobre o grande mandamento de Deus, já sabia a resposta. Assim como Jesus havia dito na sinagoga (Mt. 22.34-40), o doutor da lei apenas repete: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento; e ao teu próximo como a ti mesmo (Lc. 10.27)”.


Como um interrogatório de polícia ou a sessão de um julgamento, o doutor da lei usa o que Jesus falou e que os deixara estáticos, parados, só para ver o que Ele diria em sua réplica. Como um grande advogado, o doutor da lei fala o que aprendeu com o Mestre, querendo que Ele erre feio, falhe, diga algo para que o povo perceba que seja heresia a lei mosaica. Jesus tão somente o elogia dizendo: “Respondeste bem. Faze isto e viverá (v.28)”. A situação que era boa ao doutor da lei que respondeu a Jesus com suas próprias palavras, o faz ver que, do jeito com que Jesus o elogiou, mais e mais o povo o chamará de Rabi. Sem saída, ele usa de sua eloquência e perspicácia se justifica a Jesus, perguntando: “E quem é o meu próximo, Rabi? (v.29)”.


Muitas e muitas vezes, mesmo sabendo o que diz a escritura, da maneira como Jesus ensinou, achamos que iremos ter que fazer muita coisa pelo nosso próximo. Muito? E tal qual o fariseu doutor da lei repassamos a pergunta a Jesus, como os amigos de Jó fizeram com ele. Vemos os erros dos outros e nunca os que estão em nós. Muitos sacerdotes e levitas da época de Cristo, os quais deveriam ser exemplo em tudo, somente forjavam duras questões para os pequenos, sem alfabetização, sem o livro sagrado para ler e meditar, sem nada e para eles estava tudo certo. Quando viram o judeu todo estropiado, roupas rasgadas, roubado, pensaram ser mais um mendigo qualquer que dormira ali e sequer olharam. Aparece então um homem samaritano o qual Deus, assim como fez com Jó, o enche de elogios e diz que ninguém há igual a ele. Frente a Satanás nas alturas, Deus elogiando um samaritano? Será? Claro! Jó não era israelita, muito menos descendência de Abraão. Mesmo assim ele é considerado na palavra de Deus como um dos homens mais piedosos de todos os tempos (Ez. 14.14).


Jesus deu água viva aos samaritanos. Ele quer que da mesma forma aproveitemos toda e qualquer oportunidade e demos da água da vida aos que nos ouvem. O samaritano fez tudo aquilo que nosso Deus almeja que façamos pelo nosso próximo: ajudou-o. Aí está o diferencial de Jesus Cristo para nossas vidas. O jovem doutor da lei quando houve a história do samaritano, sai em disparada, pois nem próximo algum, a não ser que estejam entre os seus companheiros de sinagoga, muito menos samaritanos, estão em sua lista de ajuda.


Temos que exceder em todas as coisas que fazemos, para que o nosso Deus e Pai celestial perceba a mudança em nós. Este é o grande diferencial que Jesus sempre ensinou. Se Jó não fosse tudo o que Deus disse a Satanás, sua vida terminaria como estava, na maior miséria espiritual. Ele sendo riquíssimo financeira e espiritualmente, porém sua família que era por vezes idólatra, fazia-o sacrificar a Deus pelos pecados dos filhos, dos amigos, dos servos. Se Jó fosse como os outros a sua volta, Satanás nem se preocuparia em tentá-lo, pois já faria parte de seu time. Mas como ele era voltado para Deus em uma terra idólatra, Deus o contou como reto, sincero, temente a Deus e desviando-se do mal.


Essa diferença é o que Deus busca em seu povo, através do sacrifício vicário de Cristo, seu Filho. Tudo o que Jesus ensinou nos fará ir ao céu conforme tudo que dele aprendemos: OVELHAS DO MESTRE!!! Uma frase contida no código do “Ambiente Sadia” diz: “Não sabendo que era possível, foi lá e fez!”, em alusão ao grande empreendedor Atílio Fontana, fundador da Sadia S.A., uma das maiores empresas de produtos industrializados do mundo. Isso realmente é o que devemos sempre ter em mente: Fé! No final, ouviremos o grande chamado para estar junto de nosso Senhor e Salvador Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai. Possui por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo...”

Primeiro Tratado – 01/08/2006, foi o primeiro texto escrito em meu diário, após meu acidente automobilístico em 2 de Maio de 2006. Aqui comecei os meus três anos na Arábia (Gl 1.17,18)

domingo, 14 de outubro de 2007

Precisamos de Avivamento?

Cristo vive em mim
São inúmeras as perguntas que fazemos, sempre querendo chegar ao conceito de avivamento. Na PEB (Pequena Enciclopédia Bíblica) significa, literalmente, “tornar mais vivo; excitar, despertar; animar, estimular”. No mini dicionário Sacconi, o verbo tem sete tipos de aplicações, entre eles: 3-agravar; exacerbar (irritar); 7-crescer, agravando. Como Neemias, será que teremos que novamente consertar as portas da cidade, para ver o avivamento chegar? Ou será que Deus, como médico, não nos ressuscitaria por completo, só faria algo superficial, pela metade, porque não teríamos dinheiro para pagar a conta do hospital? “Morreu o rei, o avivamento morreu também. Israel teve um avivamento mais duradouro (Habacuque), que os conduziu por 400 anos de silêncio profético, até a pregação de João Batista” (Pr Claudionor Correia, 4º Trimestre 2006, lição 13). Avivamento de Deus morre?
De Salomão até Josias foram mais ou menos 300 anos em que, para seguirem o exemplo do sábio, proverbial e eclesiástico rei, todos os seus filhos continuaram fazendo de igual modo: idolatria com os altos e bosques levantados para suas várias mulheres idólatras, e a falta de compaixão para com o povo de judeu. Os altos e bosques que Salomão havia levantado 300 anos, são colocados abaixo, conforme relato em 2 Rs 23, por Josias: “Subiu o rei à casa do Senhor, e com todos os homens de Judá, todos os habitantes de Jerusalém... e o povo esteve por este pacto”.
Todavia, o rei Josias não alcançou a mudança esperada por Deus, deixando de depender dEle. Ele morre numa guerra que não lhe pertencia. Por que? Será que o avivamento que ele recebeu foi tão grande a ponto de não deixá-lo parado, calmo, tranqüilo? Será que buscar auxílio em uma reunião com os sábios não o ajudaria, não lhe mostraria outra saída? Ou o avivamento não foi suficiente, conforme comenta o Pr Claudionor, causando seu esquecimento em buscar uma alternativa com algum profeta ou sacerdote? O relato bíblico em 2º Cr 35.20-24 comenta sua morte, causada por seu próprio impulso contra outro rei, que lhe informara o seguinte: “Não é contra ti que venho hoje... deixa de te opores a Deus, que está comigo, para que Ele não te destrua”. Porém Josias faz como Balaão, não dá ouvidos ao rei Neco, do Egito, visto que os babilônios venceram os assírios, que haviam deportado os judeus do Reino do Norte. Ele tenta parecer amigo deles, a cair no mesmo desagravo que acontecera à Samaria. Contudo, o ato de querer ajudar ao Deus de Israel causa-lhe a própria morte.
O pedido a Deus por Habacuque, “na ira, lembra-te da misericórdia”, me ensina que todo avivamento vindo dEle, não é pra você que sente Sua comunhão diária. É para pessoas como o rei Josias, ou como o profeta Elias, que pensou estar sozinho e ser, ele só, o único a ter a sincera comunhão com Deus. Elias fala: “Eu... e eu só...”, depreciando os sete mil que Deus guardara como seu particular tesouro. O avivamento então, acredito, seja uma forma de reanimar, despertar, etc, aquele cristão auto suficiente, que desconhece a existência de pessoas realmente vivas em Cristo como você, que oram, jejuam, consagram, para que ele, “o auto suficiente”, permaneça de pé, na posição. Como não há relatos sobre avivamento no Novo Testamento, a não ser o Pentecostes, que é derramamento de poder, fico então com as palavras de Paulo: “... não vivo eu, mas Cristo vive em mim... o viver é Cristo... nos vivificou juntamente com Cristo... apresentai-vos como vivos dentre os mortos...”.
Com certeza, o avivamento que sempre buscamos, sem ao menos perguntar o por quê, Jesus Cristo, através do Espírito Santo, nos mostrará que, se estamos vivos com Ele, nada, mas nada mesmo, nos separará do Seu amor. Será que precisamos, como está escrito em Hebreus 6.6, "cruscificar Cristo" , e vê-Lo ressuscitar em nós novamente, como avivamento? O verso 12 fala que não sejamos negligentes, mas imitadores daqueles que pela fé e esperança, herdaram a promessa (negligente-www.comoviveremos.com)? Você procura o avivamento? Lembre-se que a ira de Deus sempre o acompanha.

Dc Elizeu R dos Santos, professor

Um momento a reflexão

Auto-exaltação e autopromoção: Realidade nua e crua

O antigo testamento relata em 2º Cr 26.1-23, a história de um poderoso rei, chamado Uzias, filho de Amazias, rei de Judá. Do v.2 ao v.15, lemos como Deus o abençoou, sendo instruído por Zacarias no temor do Senhor, fazendo sua fama se espalhar até as terras do Egito. O segredo de sua prosperidade e fama encontramos no v.5: “... enquanto buscou ao Senhor. Seu coração estava concentrado em buscar a Deus. Dependia do Eterno e lembrava-se continuamente que fora Deus quem lhe dera poder para adquirir riquezas. Uzias colheu a abundância das bênçãos de Deus: foi próspero, famoso e poderoso. Contudo, algo acontece em sua vida, que começa a desviá-lo para a destruição. Seu coração encheu-se de orgulho. Não manteve a confiança e dependência em Deus, mas inchou-se de orgulho e exaltou-se aos seus próprios olhos: “Mas, quando ele se havia tornado poderoso, o seu coração se exaltou (v.16)”. A auto-exaltação o leva a desobediência. Impulsionado pelo orgulho, entra no templo com a intenção de, ele mesmo, queimar incenso ao Senhor.
Contudo, esta função não cabia ao rei, mas aos filhos de Arão, os sacerdotes. Então o sacerdote Azarias, apoiado por mais 80 sacerdotes, o repreende e se opõe a frente do rei, dizendo-lhe: “A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que foram consagrados para queimarem incenso (v.18)”. Uzias fica furioso, pois sentia-se acima da repreensão dos sacerdotes. Continua em pé, junto ao altar, com o incensário na mão, quando vem o juízo divino: surge lepra em sua testa, e os sacerdotes o expulsam do templo. Em um único dia, o rei Uzias deixou de ser próspero, poderoso e famoso rei de Judá. É agora apenas um leproso, tendo que abandonar o palácio real, pois tornou-se imundo, conforme a lei de Moisés. Ao invés de desfrutar da abundância que Deus lhe concedera, morreu desta terrível doença. A auto-exaltação, o orgulho e a autopromoção trazem impurezas ao altar.
Na igreja hoje, há pastores, evangelistas, mestres e líderes de ministérios importantes aos seus próprios olhos. Exteriormente, suas igrejas parecem bem sucedidas. Entretanto, o foco principal não está mais no Senhor, e sim na liderança e no ministério. Os líderes estão mais interessados em promover a si e ao ministério, do que exaltar ao Senhor e dar-lhe glória. Ao invés de reconhecer que são dependentes de Deus, preferem depender das próprias forças e habilidades. Há ministros tão orgulhosos que não percebem a submissão a Deus e aos outros membros do corpo de Cristo. Recusam-se a prestar contas a quem quer que seja.
A auto-exaltação a autopromoção leva-nos a desobediência. Quando um pastor, ou um líder cristão se exalta acima de Deus e passa a confiar nas próprias habilidades, ao invés de depender da unção e da força dEle, peca contra o Senhor e traz impurezas para o altar onde ministra. A menos que se arrependa e seja lavado de seu orgulho e da sua auto-exaltação, o juízo de Deus virá sobre ele.
Deus prometeu bênçãos para todos nós. Todavia, deve haver primeiramente uma purificação nos altares dentro da igreja. Os líderes que Deus levantou devem estar dispostos a examinar a própria vida, para ver se alguma impureza entrou em seu coração no momento de lidar com os dízimos e as ofertas que Deus lhes confiou. Depois de permitir que Deus os purifique, devem dar o exemplo e apontar o caminho aos membros do corpo de Cristo, demolindo os altares impuros e edificando outros com os padrões requeridos por Deus, não conforme as regras que o homem estabeleceu.
Se o altar onde você entrega os dízimos e ofertas for impuro, isso impedirá o fluxo das bênçãos prometidas por Deus. Peça a Deus que primeiro revele quaisquer áreas de impurezas em seu altar pessoal.
-Quais as suas motivações ao contribuir: elas são puras?
-Você contribui por obediência, conforme Deus determinou?
-Existe o pecado do orgulho ou da autopromoção em sua vida?
À medida que Deus lhe revelar as áreas de impureza em sua vida, arrependa-se e peça que Ele o purifique! (Fonte: Bíblia de Estudo Batalha Espiritual e Vitória Financeira - Ed. Central Gospel)

O que é mais importante, a oferta, ou o altar onde a entregamos? Continue na leitura, pois aprenderemos com Jesus.
Oferta ou altar onde a colocamos, o que é mais importante?

Muitas igrejas enfatizam a importância das ofertas que trazemos a Deus, mas não se preocupam tanto com o altar onde as colocamos. Em Mateus 23. 17-20, Jesus repreende severamente os fariseus por sua cegueira espiritual: “Cegos! Que é mais importante, a oferta, ou o altar que santifica a oferta? (v. 19)”. Os fariseus consideravam o ouro do templo mais importante que a própria casa de Deus e julgavam as ofertas superiores ao altar. Quando alguém fazia algum juramento pelo altar, eles não davam consideração ao compromisso firmado, achando que a pessoa não tinha a obrigação de cumprir o que prometera. No entanto, quando alguém jurava pela oferta sobre o altar, o compromisso era válido. Jesus então lhes revela que o altar é mais importante, pois santifica a oferta.
Deus estabeleceu diretrizes para sua construção, de acordo com a lei de Moisés. O altar era purificado, consagrado sete dias e ungido com óleo. Assim, se tornava santo aos olhos de Deus: “Então, o altar será santíssimo, e tudo o que tocar nele será santo (Ex 29.37)”. O vocábulo grego traduzido por “santificar” no v. 19, é Hageeadzo – άγεεαδζω, que significa declarar sagrado ou santo; consagrar. A oferta em si não era considerada santa, todavia, assim que era colocada sobre o altar, que era santo, se tornava santa também.
Se quisermos receber as bênçãos prometidas por Deus, devolvamos a Ele nossas ofertas e nossos dízimos, sobre altares santos, purificados, e ungidos pelo Espírito Santo. Depois que Salomão construiu o templo, consagrou o altar e colocou holocaustos (ofertas) sobre ele, de acordo com as orientações dadas por Deus a Moisés. Com isso, a SHEKINAH – isto é, a glória visível de Deus – encheu o templo. O fogo do Senhor desceu do céu e consumiu os sacrifícios e os holocaustos.
Os altares em nossas igrejas hoje devem ser: a) purificados pelo Espírito Santo; b) santificados e separados por Ele; c) ungidos com o fogo dEle. Porém não é o que presenciamos, pois observamos invejas, ciúmes, adultérios, e nossos altares têm se tornado, muito das vezes, palcos para shows. Dizemos que amamos nossos semelhantes, mas infelizmente não é isso que acontece. Os dízimos, as ofertas e os sacrifícios que oferecemos a Deus, devem estar de acordo com o padrão estabelecido por Deus em sua Palavra. Antes de tudo, devemos entregar a nós mesmos, como sacrifícios vivos a Deus, mas nem isso fazemos. Devemos ofertar com motivação pura, não por imposição ou pressão, e até para barganhar com Deus.
Contribuamos liberalmente, com o melhor daquilo que Deus nos concedeu. Não com tudo o que temos, como dizem alguns (e não estamos falando de outras denominações), e até estipulando valores altos. O que diríamos da oferta da viúva pobre? Era pouco, porém ela deu de coração, e isso sim é o que realmente importa para Deus. Se então depositarmos nossas ofertas e dízimos sobre altares realmente “santos”, purificados e ungidos pelo Espírito Santo, Deus derramará o seu poder, a sua glória aparecerá em nosso meio.
O Senhor transferirá riquezas para o seu povo, e então utilizaremos esses recursos para financiar a grande colheita dos últimos tempos, e em todas as nações. Se a casa de Deus for bem abençoada, devemos investir na conversão de almas para o Reino de Deus. Portanto, examine com que propósito você está ofertando e dizimando, e em que tipo de altar você está depositando sua oferta e seus dízimos.

Porque se os dois, o teu propósito (oferta) e o altar onde entrega o teu propósito não estiverem conforme a Palavra de Deus, de nada adiantará!!!

Dc Jefferson A. de Oliveira, professor

Os dois caminhos

Qual é o seu alvo?
Há quase trinta anos ouço falar sobre os dois caminhos, um que nos levam à vida eterna (o Pai), outro a morte eterna (o Inferno): o caminho largo e o estreito. Ouvimos muitos conceitos diferentes a cada pregação. Um deles é que no caminho estreito não podemos passar com nada, a não ser nós mesmos. Nem malas, nem dinheiro, nem carros. Bem diferente do largo, onde há espaço e lugar para tudo quanto pudermos carregar. Será que o caminho estreito, do qual você tanto ouve falar, prega, visualiza em obras pintadas e, o largo, são isso mesmo? Num você carrega tudo, só que o fim dele leva ao alfandegário, que cobrará o imposto que, com certeza ninguém poderá pagar. O caminho largo o qual Jesus muitas vezes falou, será finalizado com a perdição. Porém, Ele afirma que “muitos são os que entram por ela (Mt. 7.14; Lc. 13.24)”.
Caminho, do grego hodos (οδος), significa estrada, caminho de viajante, viagem e usado metaforicamente por Jesus acerca de “um curso de conduta” ou “maneira de pensar”: caminho da justiça (Mt. 21.32); caminho que conduz a perdição (Mt. 7.14). Sua forma original no hebraico é derek (דֶרֶךְ) que indica uma distância, viagem, jornada, conduta, maneira, condição, destino (fonte: Dicionário Vine). Nos substantivos originais notamos que uma das referências recai sobre nossa conduta em viver, pensar e agir como sendo o caminho mais próximo do que Jesus quer nos ensinar.
Em Lc. 13.22-29, alguém pergunta a Jesus: “Mestre, são poucos os que se salvam? (v.23)”. Jesus responde dizendo que temos que “porfiar em entrar pela porta estreita, porque muitos procurarão entrar e não poderão (v.24)”. O exemplo de Jesus acerca da porta estreita assemelha-se a arca de Noé e a tudo o que Ele sempre ensinou sobre conduta: “em teu nome pregamos, expulsamos demônios, curamos enfermos, ensinamos a palavra”. Ouviremos uma dura sentença: “Afastai-vos de mim, pois não vos conheço (Mt. 25.41)”.
Essa conduta é ensinada aos discípulos e ao povo quando Jesus olha para o interior do templo e diz que “na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam (Mt. 23.2,3)”. Hoje, tudo aquilo que Jesus ensinava ao povo se repete em proporções cada vez mais alarmantes. Então acredito que chegou a hora de colocar o significado da palavra porfiai: 1-Altercar, contender, disputar obstinadamente. 2. Tr. ind. Competir, rivalizar. 3. Tr. dir. Competir, disputar. Isso significa que a contenda, a disputa, a competição e a rivalidade não são entre você e Satanás, ou entre você e seu inimigo (a pessoa que você pensa que espera o seu mal), ou com seu irmão. São disputas entre você e você mesmo. É a luta com o seu ego, o seu eu, o maior ídolo que afasta a presença de Deus de nós. Se não porfiarmos, perderemos a luta e nos tornaremos avarentos por nós mesmos. E o apóstolo Paulo ensina que isso é idolatria (Ef. 5.5; Cl. 3.5).

Ouvimos muitas pregações sobre o tema. Lembro que certa vez, no colégio onde estudava em Joinville, chamado Abdon Baptista, minha professora de educação religiosa, Dona Ady Lopes dos Santos, que na época era superintendente da Escola Bíblica Dominical, templo sede da IEAD, levou um quadro representativo. Nele haviam dois caminhos, o largo e o estreito. No quadro, o caminho largo era como uma grande cidade, do tipo Paris ou Los Angeles, por exemplo. Cheio de festas, parques, cassinos, moda, bares, lanchonetes, restaurantes. Digamos ser semelhante ao centro de nossa cidade, só que em termos muito mais elevados. Estava cheio de gente: famílias, rodas de amigos, pessoas de montão. No final da cidade havia o lago de fogo e enxofre. O estreito era utópico: um campo como o de uma estrada de fazenda, onde você não vê muitas pessoas, só plantações e animais da agropecuária. Poucas pessoas tornavam o caminho estreito, pois onde passam poucas pessoas, há uma única trilha. No final, encontrava-se o paraíso. Lembro que havia um triângulo no centro do quadro com um olho dentro, que a professora ensinou se tratar do olho de Deus. Quem tiver uma vida regalada terá um final não muito bom. Quem ao contrário, viver na simplicidade, terá um final feliz. Quantas vezes você já ouviu pregações desse tipo? Eu, inúmeras!
Crescei na graça e no conhecimento de Jesus (2° Pe. 3.18)”; “e o menino crescia em sabedoria... (Lc. 2.52)”. Crescer. É isso que todo dia acontece com seu filho e você não percebe. Temos que crescer no conhecimento da palavra, não por nós mesmos ou por livros, dicionários e literaturas que já formalizam o pensamento como regra, mas pela graça de Jesus. Como é precioso entender e ter no momento certo a palavra que alguém precisa, procura, busca. Os caminhos do homem são as vezes vistos como excelente exemplo aos outros, porém o fim deles é de morte e de perdição (Pv. 7.21;14.12;16.2;16.25).
Você quer compreender a grande diferença entre esses dois caminhos, tanto comentada em nossas igrejas? E de uma forma que, tenho certeza, você nunca inquiriu (perguntou)? Continue então lendo, pois teremos a seqüência culminante do assunto, falando sobre os dois caminhos, individualmente.
O caminho largo (Mt. 7.13)
Como conceituar o caminho largo/ espaçoso, segundo as palavras de Jesus? Um método prático e atual para comparação da palavra caminho, “estreito ou largo”, é observar um julgamento em um tribunal. Os advogados, tanto a acusação quanto a defesa, tentam de todas as formas fazer o juiz compreender a culpa ou a inocência de seu cliente. Num julgamento justo, o que estará em discussão serão as atitudes que o réu praticou, com ou sem dolo ou, se realmente é inocente, isto é, não praticou nada daquilo que é acusado. Caminho largo então será que tem haver com dinheiro? Com posição? Com comida ou bebida? Com jogos ou festas? Não. Tanto no original grego quanto no hebraico a palavra caminho, como Jesus ensinou ao povo, entende-se como uma conduta, maneira de pensar, de agir. Essa é uma condição que, se quisermos chegar ao fim, teremos que abraçar. E nisso não existem meios termos. Ou se é cristão ou não é (não crente, cfe Tg 2. 19,20).

Quando Jesus Cristo, na separação de seus escolhidos, fala aos outros, rejeitados: “afastai-vos de mim, pois não vos conheço (Mt. 7.23;25.41)”, faz menção, não ao que levaram a mais no caminho, materialmente falando, mas ao fato de não abraçarem tudo aquilo que Ele ensinou, pois Sua palavra seria o essencial para chegarem ao outro lado. Sua lei, a lei da liberdade, conforme escreve o apóstolo Tiago: “Aquele que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este será bem-aventurado no que fizer (Tg 1.25)” responderá a pergunta dos escolhidos, separados como ovelhas (Mt 25.37-40). Caminho largo então é uma conduta ou maneira de pensar e agir que não está de acordo com tudo o que Jesus ensinou: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. Desses dois dependem toda a lei e os profetas (Mt. 22.40 e referências)”.

Em Mc. 12.28-34, o escriba que pergunta algo a Jesus fica atônito e ao mesmo tempo impressionado quando ouve a resposta dEle. Atônito, pasmo, pois fica sem ação ante a serena colocação de Jesus sobre os mandamentos. Impressionado, devido a resposta que ouve transpassar, ir além, colocar em dúvida tudo aquilo que aprendera em sua congregação ou sinagoga. O escriba então fala do fundo do coração: “Muito bem Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dEle, e que amá-Lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a sua alma, e de todas as suas forças e amar ao próximo como a si mesmo é mais que holocaustos e sacrifícios (v.32,33)”. Ele conhecia a lei, como a maioria dos judeus, porém não praticava um nada do que aprendia. Estava desejoso de ir ao céu, só que pelo caminho largo, pois Jesus mostra a posição dele através de suas ações, ante o Reino dos Céus, dizendo que: “não estás longe do Reino de Deus (v.34)”, o que indica que ele, como o jovem rico de Mc 10. 21, não passava de simples religioso, e faltava-lhe uma coisa.

A conduta que havia até então era desprezar o seu próximo. “Fechar o caminho, não entrar nem deixar os outros passarem. Devorar a casa das viúvas sob pretexto de grandes e prolongadas orações. Converter alguém para sua religião e depois, o transformar em seu sucessor, igual a si. Achar que o ouro era mais santo que o templo. Que a oferta era mais preciosa que o altar”. Eles não sabiam como usar o mapa nem seguir a agulha da bússola (o Tenak – nosso Antigo Testamento). Jesus então diz que eles, como condutores, são cegos. Um mosquito para eles era um problemão e um camelo passava fácil-fácil em sua peneira. Era um crivo semelhante aos de hoje: dar o dízimo de coisas insignificantes ou não, e ainda esquecer o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé. Por fora pareciam limpos, excelentes pessoas, mas por dentro eram cheios de rapina e iniqüidade. Verdadeiros sepulcros caiados. Os sepulcros dos profetas e dos justos eram adornados e ainda diziam sempre que, “se existíssemos na época de nossos pais, nunca nos associaríamos nisso para derramar o sangue dos santos profetas”. Testificavam que eram filhos dos que mataram os profetas, mesmo assim sempre exaltavam seus pais. São chamados então por Jesus de “hipócritas” (Fonte: Mt 23. 13-32).

Por esse caminho eles vinham seguindo, desde a libertação do Egito, por Moisés. Jesus assevera: “Como escaparão da condenação do inferno? (v.33)”. A estreiteza ou a largura do caminho não tem na palavra de Deus nenhuma relação com o possuir dinheiro, o luxo, as festas, etc..., neste caso Salomão não construiria um palácio tão luxuoso, o que causara grande êxtase na rainha de Sabá. Porém, esta definição de caminho largo está diretamente ligada ao não cumprimento do que Jesus ensinou em seu ministério, e que aboliu toda a lei: O AMOR. E quem ama ao próximo, já cumpriu a lei (Rm. 13. 8-10). No caminho largo dificilmente você verá amor ao próximo, muito menos amor em família. Jacó, com a ajuda de sua mãe Rebeca, usurpou o direito de primogenitura de seu irmão Esaú. Absalão, filho do rei Davi, tentou tomar o poder do pai e foi morto. Imperadores romanos, inclusive Constantino, que dizemos que se converteu e ajudou a igreja de Cristo (Cristo precisou de ajuda?), matavam esposas, irmãos, amigos, etc. Um exemplo com Constantino é ele ter mandado matar Crispo, seu filho, e sufocar sua esposa Fausta. Guerra é o que mais vivenciamos. Quem chegar primeiro sempre é valorizado. Nisso o caminho largo é cheio de exemplos, pois se amarmos o próximo, possivelmente seremos o segundo colocado, porque estaremos atrás, empurrando, ajudando. Pena que algumas atitudes desse caminho são visíveis cotidianamente em nosso convívio cristão, na igreja. Por isso Jesus explica que os últimos, que ficam atrás, empurrando, serão os primeiros, como analogia (comparação).

Em Mc. 10.17-27, Jesus revela seu amor para um jovem religioso, crente. As doutrinas fundamentais da fé ele conhecia (Hb 6.1). Jesus então pede uma coisa pra ele: “Vá, venda os seus bens e dê aos pobres. Com isso, ganhará um tesouro no céu”. O jovem “crente” ficou pensando que isso seria loucura, pois possuía muitos bens. Será que a causa das pessoas continuarem seguindo no caminho largo ainda são as riquezas (o dinheiro, a boa posição, o reconhecimento)? Claro que sim, pois isto alimenta o “eu”, o “ego”, o “ídolo de carne e osso”. Porém Jesus responde aos discípulos que não são as riquezas nem o dinheiro, muito menos, a posição ou o reconhecimento. A causa principal é confiar que tudo isso será a passagem direta, a chave para abrir a porta larga. As facilidades nesse caminho são inúmeras, devido ao fato de que nunca teremos dificuldade para prosseguir em frente, haja vista não nos preocuparmos com ninguém, só conosco mesmo. Pena que o prêmio temporal, e também o final, será transformado em morte eterna.

Em Lc 12. 15-21 há um exemplo em derrubar, edificar, recolher, descansar, comer, beber, folgar, onde o homem crente é chamado de louco. “Assim é todo aquele que para si ajunta tesouros, mas para Deus é desgraçado, e miserável, e pobre, e cego e nu (Ap 3.17)”. Muitos ministros evangélicos estão passando por isso. Seu maior objetivo é derrubar o templo onde começou a dirigir, para construir (edificar) outro maior, e ter o reconhecimento de que foi “ele” quem inaugurou o novo templo. Para isso, recolhe todas as migalhas das ovelhas que pastoreia, e ainda assim critica as outras denominações que fazem o que ele faz. Depois descansa, não quer mais visitar suas ovelhas. Come do bom e do melhor, sem se preocupar com o que sua ovelha está ingerindo, tanto em casa como na igreja. Bebe só coca-cola e se a ovelha oferece ki suco, é excomungada. No final, como Jesus conta, está feliz e certo de que fez a coisa certa para Deus. Dizemos então que ele não estudou teologia, pois não conheceu o Senhor. Será? Por isso Jesus diz que a verdadeira revelação foi ocultada ao sábio, ao entendido. Contudo, os pequeninos, que são aqueles sem instrução, e também aqueles pequeninos super instruídos, mas que não colocam este conhecimento acima da dependência de Deus, sabem a verdadeira revelação dada pelo Filho de Deus. Será que somos ricos de ou por coisas insignificantes?
Caminho estreito (Mt. 7.14)
O caminho estreito é o resumo de todas as leis feitas por Jesus? Claro que não. Jesus, rebatendo a tradição dos “crentes” (fariseus), cita as palavras do Pai, pela boca do profeta Oséias, onde enfatiza que Ele “quer misericórdia, e não sacrifícios” mortos (Mt 9.13; Os.6.6). Esta profecia aconteceu uns setecentos anos antes do ministério terreno de Cristo, e assim mesmo o povo judeu, religioso e crente, não se consertou. Esta é a prova cabal de que o caminho para chegar ao Pai sempre foi estreito. No informativo n° 1 escrevemos que haveria uma indagação por parte dos alunos ao final deste 3º trimestre: “Estamos seguindo as pisadas de Cristo?”, pois isto realmente é seguir no caminho estreito. E ser cristão no caráter como Ele ensina começa da seguinte forma, para os que já O aceitaram:

1) Negar sua vontade (a si mesmo)
2) Tomar sua cruz todo dia

A afirmação de Jesus nos evangelhos é que, tudo quanto deixarmos por amor dEle e de sua obra, receberemos nesta vida cem vezes mais, de tudo aquilo que investirmos no Reino do Senhor. Essa grande promessa de Jesus é como um gostoso bolo de aniversário. Pena que o enfeite deste bolo é sempre inerente as bênçãos prometidas: são as perseguições (Mc 10.30). No fim desta carreira ganhamos a vida eterna. Este é o caminho estreito, onde o transporte é a sua vida irrestrita aos pés do Senhor. As perseguições representam sua cruz. O combustível nesta caminhada é o amor demonstrado e vivido, longe das partes lindas e dogmáticas da teoria, filosofia, teologia, que só no papel fazem de Satanás um coitado de um boneco nas mãos do Eterno Deus. E quem indica o percurso no caminho estreito? É a palavra de Jesus nos evangelhos, que serve de mapa, bússola, que de maneira alguma deixa quem a conhece confundido. E o que é o caminho estreito para nós hoje? Jesus Cristo é o caminho estreito (Jo 14. 6), e Ele nunca mudou. E o que representa sua cruz, para carregarmos dia a dia? Os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus, nos definem totalmente o aspecto de sua cruz, e quem precisamente a carrega. Nos encaixamos como cordeiros mudos, carregando uma pesada cruz?

Tomar parte nas coisas relacionadas a Jesus é muito bom. Deixe então Ele lavar-lhe os pés. “Ah, irmão, eu já deixei faz anos, desde que me converti!”. Só que a limpeza dos pés, pelo Mestre, é se reduzir ao menor sempre. Isso marcou a vida de Pedro e a dos apóstolos. Se não conseguir lavar os pés de meu irmão na igreja, ou do meu próximo (a pessoa que precisa de mim), mostrando que sou menor que ele, não conseguirei prosseguir no caminho estreito. “Ah, irmão, eu não saio do caminho estreito nunca!”. Amas o teu próximo? Lavarias os pés de alguém que você nunca viu (servir, ser menor que ele), como fez a mulher a Jesus? Seu crédito amoroso por seu próximo está sempre estourado, e você nunca conseguirá pagar (Rm 13.8)?
Lembre-se do que Jesus fala aos santos que são separados como ovelhas no meio dos bodes. Eles ficam sem saber o que está acontecendo, pois talvez conhecessem os reprovados. Quem sabe foram seus mestres? Ou seus líderes? Então perguntam ao Senhor: “Quando te fizemos essas coisas?” e a resposta é que “quando fizestes a qualquer destes pequeninos, fizestes a Mim mesmo”. Não pense que a expressão “pequeninos” resume-se a grupos congregacionais. Para nosso Mestre Jesus, tem o mesmo sentido do homem atacado, roubado e estropiado, na parábola do samaritano. E como na parábola contada por Jesus, hoje nada mudou. A lei e doutrinas cristãs ortodoxas sempre passam longe dele. A religiosidade também se desvia do tal. Agora nós, os samaritanos, não devermos nos cansar de fazer o bem, pois o caminho estreito que é Jesus, nos ensina que se nos desviarmos do obstáculo e não retirá-lo da frente, demoraremos mais, muito mais, para chegarmos a estatura de varão perfeito, na presença de Deus.

E quem anda neste caminho estreito? São os salvos, os homens espirituais (cfe 2° Co 2.15, do grego pneumatikos). E no caminho largo, são os descrentes e as pessoas do mundo que transitam nele? Não, o caminho largo é o percurso do homem carnal, ou crente em Jesus (cfe 1° Co 3.1-3, do grego sarkikos). E os homens do mundo andam por onde, por qual caminho? Homens naturais, do mundo (cfe 1º Co 2.14, do grego psuchikos), não andam em caminho algum, pois estão em trevas, em cavernas, presos e trancafiados pelo príncipe dos demônios, aguardando o brilho de uma pequena luz, para que possam compreender onde é a saída desta escuridão, desta caverna. Nós temos o lampião. Iluminemos então a entrada da caverna, para que eles possam vir em busca destra gloriosa luz.

Agradeço a compreensão de todos os irmãos que leram com bastante atenção esta matéria sobre os dois caminhos, ensinada por Jesus. Vivamos os sermões do monte, sabendo que isto representa sua cruz. Compreendamos que o caminho largo não é do mundo, mas da igreja (diferente do demonstrado no quadro de minha professora Ady). Que ele não se relaciona à riqueza, mas a nossa conduta cristã conforme Cristo ensina. Mostremos aos irmãos que não freqüentam a EBD, ou os cultos de oração e ensino, que eles podem estar prosseguindo pelo no caminho largo. Mostremos-lhes, como nas cartas apocalípticas a Éfeso (deixou o primeiro amor), Pérgamo (doutrinas de Balaão e nicolaítas), Tiatira (Jezabel, a profetiza, com prostituição e idolatria), Sardes (pensa que vive, porém está morto) e Laodicéia (mornos espirituais), que todas, como igrejas, estavam saindo do rumo no caminho estreito, e indo em direção ao caminho largo. Por isso, creiamos que realmente Deus “repreende e castiga a todos quanto ama”, esperando, frente ao nosso coração, que abramos a porta. Que urgentemente necessitamos ser zelosos do bem, e vivermos uma vida de contínuo arrependimento, crendo que apenas as prudentes serão arrebatadas (caminho estreito). Porém as loucas (cristãos sem óleo nem azeite), ficarão em seu caminho largo, dizendo: “Não fizemos isto, isto, isto... em teu nome, Senhor?”
Dc Elizeu R dos Santos, professor, extraído de seu diário pessoal, de 03/11/2006 - Diferencial