terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os dois caminhos

Qual é o seu alvo?

Há quase trinta anos ouço falar sobre os dois caminhos, um que nos leva à vida eterna (o Pai), outro a morte eterna (o Inferno): o caminho largo e o estreito. Ouvimos muitos conceitos diferentes a cada pregação. Um deles é que no caminho estreito não podemos passar com nada, a não ser nós mesmos. Nem malas, nem dinheiro, nem carros. Bem diferente do largo, onde há espaço e lugar para tudo quanto pudermos carregar. Será que o caminho estreito, do qual você tanto ouve falar, prega, visualiza em obras pintadas e, o largo, são isso mesmo? Num você carrega tudo, só que o fim dele leva ao alfandegário, que cobrará o imposto que, com certeza ninguém poderá pagar. O caminho ou porta larga o qual Jesus muitas vezes falou, será finalizado com a perdição. Porém, Ele afirma que “muitos são os que entram por ela (Mt. 7.14; Lc. 13.24)”.

Caminho, do grego hodos (οδος), significa estrada, caminho de viajante, viagem e usado metaforicamente por Jesus acerca de “um curso de conduta” ou “maneira de pensar”: caminho da justiça (Mt. 21.32); caminho que conduz a perdição (Mt. 7.14). Sua forma original no hebraico é derek (דֶרֶךְ) que indica uma distância, viagem, jornada, conduta, maneira, condição, destino (fonte: Dicionário Vine). Nos substantivos originais notamos que uma das referências recai sobre nossa conduta em viver, pensar e agir como sendo o caminho mais próximo do que Jesus quer nos ensinar.

Em Lc. 13.22-29, alguém pergunta a Jesus: “Mestre, são poucos os que se salvam?(v.23)”. Jesus responde dizendo que temos que “porfiar em entrar pela porta estreita, porque muitos procurarão entrar e não poderão (v.24)”. O exemplo de Jesus acerca da porta estreita assemelha-se a arca de Noé e a tudo o que Ele sempre ensinou sobre conduta: “em teu nome pregamos, expulsamos demônios, curamos enfermos, ensinamos a palavra”. Ouviremos uma dura sentença: “Afastai-vos de mim, pois não vos conheço(Mt. 25.41)”.

Essa conduta é ensinada aos discípulos e ao povo quando Jesus olha para o interior do templo e diz que “na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam (Mt. 23.2,3)”. Hoje, tudo aquilo que Jesus ensinava ao povo se repete em proporções cada vez mais alarmantes. Então acredito que chegou a hora de colocar o significado da palavra porfiai: 1-Altercar, contender, disputar obstinadamente. 2. Tr. ind. Competir, rivalizar. 3. Tr. dir. Competir, disputar. Isso significa que a contenda, a disputa, a competição e a rivalidade não são entre você e Satanás, ou entre você e seu inimigo (a pessoa que você pensa que espera o seu mal), ou com seu irmão. São disputas entre você e você mesmo. É a luta com o seu ego, o seu eu, o maior ídolo que afasta a presença de Deus de nós. Se não porfiarmos, perderemos a luta e nos tornaremos avarentos por nós mesmos. E o apóstolo Paulo ensina que isso é idolatria (Ef. 5.5; Cl. 3.5).

Ouvimos muitas pregações sobre o tema. Lembro que certa vez, no colégio onde estudava em Joinville, chamado Abdon Baptista, minha professora de educação religiosa, Dona Ady Lopes dos Santos, que na época era superintendente da Escola Bíblica Dominical, templo sede da IEAD, levou um quadro representativo. Nele haviam dois caminhos, o largo e o estreito. No quadro, o caminho largo era como uma grande cidade, do tipo Paris ou Los Angeles, por exemplo. Cheio de festas, parques, cassinos, moda, bares, lanchonetes, restaurantes. Digamos ser semelhante ao centro de nossa cidade, só que em termos muito mais elevados. Estava cheio de gente: famílias, rodas de amigos, pessoas de montão. No final da cidade havia o lago de fogo e enxofre. O estreito era utópico: um campo como o de uma estrada de fazenda, onde você não vê muitas pessoas, só plantações e animais da agropecuária. Poucas pessoas tornavam o caminho estreito, pois onde passam poucas pessoas, há uma única trilha. No final, encontrava-se o paraíso. Lembro que havia um triângulo no centro do quadro com um olho dentro, que a professora ensinou se tratar do olho de Deus. Quem tiver uma vida regalada terá um final não muito bom. Quem ao contrário, viver na simplicidade, terá um final feliz. Quantas vezes você já ouviu pregações desse tipo? Eu, inúmeras!

Crescei na graça e no conhecimento de Jesus (2° Pe. 3.18)”; “e o menino crescia em sabedoria... (Lc. 2.52)”. Crescer. É isso que todo dia acontece com seu filho e você não percebe. Temos que crescer no conhecimento da palavra, não por nós mesmos ou por livros, dicionários e literaturas que já formalizam o pensamento como regra, mas pela graça de Jesus. Como é precioso entender e ter no momento certo a palavra que alguém precisa, procura, busca. Os caminhos do homem são as vezes vistos como excelente exemplo aos outros, porém o fim deles é de morte e de perdição (Pv. 7.21;14.12;16.2;16.25).

Você quer compreender a grande diferença entre esses dois caminhos, tanto comentada em nossas igrejas? E de uma forma que, tenho certeza, você nunca inquiriu (perguntou)? Continue então lendo, pois teremos a seqüência culminante do assunto, falando sobre os dois caminhos, individualmente.

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