segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O perdão é condicional? Deve haver texto e contexto para praticarmos o perdão?

Outro dia conversava com minha esposa sobre o perdão, o ato de perdoar, e como Jesus demonstra que apesar de tudo nos justificar, a culpa será sempre nossa (Mt 5.23,24; 6.12,14,15). Lembrei de Maria Madalena, que seria executada por cometer algo digno de morte segundo a lei bíblica: adulterou. Jesus estava em uma situação delicada perante os acusadores, defensores e apologistas da lei bíblica.

O fato de Jesus manter-se abaixado e com o dedo a riscar o solo, já passou por vários crivos. O mais usado em pregações e palestras é aquele em que Jesus escreve os pecados deles no chão. Jesus, acusando, da mesma forma como foi acusado pelo diabo? Outro é que Ele escrevia algum verso bíblico, como Eclesiastes 7.20: “Não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque”. Jesus, fazendo apologia (defesa) de suas teses, de modo acusatório? Entre outros meios e sentidos do que representou o ato de Cristo ao riscar o solo, através de conjecturas bíblicas pelos palestrantes.

Deixando de lado o ato de se riscar o solo com os dedos por Jesus, voltar-me-ei aos acusadores. O povo com pedras nas mãos estava pronto a fazer a execução de alguém pela lei bíblica, que simboliza aqueles que hoje apóiam erros de seus dirigentes, sempre com uma segunda intenção ou dolo. Os professores da bíblia, os doutores em bíblia e divindade, os bacharéis em profetas, talmude, isto é, os escribas e fariseus, fazem a pergunta a Jesus, com texto e contexto bíblico, como hoje:

Mestre, esta mulher foi apanhada no próprio ato, adulterando, e na lei (texto e contexto) nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? (Jo 8.4,5)”.

Hoje, como escribas e fariseus, doutores ou apenas bons alunos em bíblia, agimos semelhantemente: “Isaías capítulo tal verso tal está escrito assim. Tu, pois, que dizes?” em defesa, não da nossa fé, mas daquilo que somos ensinados, do modo como eles lutavam para defender a fé deles. E pessoas são mortas espiritual e literalmente, ao contrário do que aconteceu com a mulher adúltera. Mas foi porque Jesus é Deus? Não. Jesus Cristo, homem (1°Tm 2.5). Aprendi algo na conversa com minha esposa, e gostaria de compartilhar com vocês.

Segundo a bíblia no antigo testamento, os judeus sabiam que, mesmo sendo povo escolhido por Deus, eram pecadores. Tinham que corriqueiramente oferecer sacrifícios de sangue de animais para sentirem-se limpos da culpa (pecado), pois eram ensinados nos livros da lei. Sabiam e reconheciam que o ano todo cometiam pecados. Mas possuíam uma certeza, e podiam até bater no peito e dizer: - estou sem pecado – no dia da expiação – ou כיפוך יום - Yom Kipur (Lv 23.27). Este dia especial era no mês sétimo do calendário judeu ou mês de Tishrei (setembro ou outubro de nosso calendário gregoriano), no décimo dia. Um dia em trezentos e sessenta, onde podiam até soberbamente bater no peito e dizer: Estou sem pecado!, apoiados pela bíblia.

Após Jesus ser incomodado segunda vez pelos tais “servos do Altíssimo”, fica em pé e, ao falar, leva-os ao Yom Kipur – dia da expiação: “Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro a atirar a pedra (Jo 8.7)”. Dito isso, Ele se abaixa novamente e volta a rabiscar o chão, fazendo talvez riscos aleatórios ou desenhando um carneirinho ou ovelhinha, nada de espetacular ou extraordinário ao ponto de mudar o pensamento bíblico deles. Eles, como já disse, têm ciência de que apenas um dia no ano estão sem pecado, lavados pelo sacrifício realizado por um sacerdote. Mas supondo pelo capítulo sete do evangelho de João, eles já estivessem comemorando a festa dos tabernáculos ou cabanas, que era no mesmo mês, só que cinco dias após o Yom Kipur (Lv 23.34).

Eles imaginam: “Por que não pensamos nisso antes? Poderíamos ter vindo aqui no dia da expiação”. E vão embora. Longe dali talvez até discutissem: “Ô Tobias, por que você que é doutor em Levíticos não viu isso antes?” Penso que um deles, daqueles que “aprendem e nunca chegam ao conhecimento da verdade (2° Tm 3.7)” dá uma sugestão: “Ano que vem, no Yom Kipur, fazemos a mesma coisa. Daí Ele não poderá dizer nada, e o acusamos pela morte de uma adúltera. Se disser, acusamos por não deixar cumprir a lei de Moisés”.

Mas um sacerdote justo, como Nicodemos, lhe diz: “Filho, o dia da expiação é pior que o sábado, segundo escreveu Moisés. Quem não afligir seu corpo, e ao contrário, fizer alguma obra, conforme a idéia que você deu – acusar alguém – é amaldiçoado. E Moisés pede que este seja extirpado do meio do povo”. O rapaz pergunta: “Então por que não fazemos assim, senhor doutor? Por que o senhor lembrou isso agora?”. O doutor ou escriba torce a barba, suspira lentamente e lhes diz: “Este homem, Jesus de Nazaré, nos acusa pela nossa própria lei, pois ensinamos, como você acabou de lembrar, e nem no dia da expiação fazemos o que Moisés escreveu. Se fizermos isso no Yom Kipur, Ele dirá algo que nos envergonhará perante o povo, e terá razão. Volte ao seu mestre, Gamaliel, e tentem encontrar outra maneira de o acusarmos por quebrantar nossa lei. E como é seu nome, rapaz?” Saulo, responde o jovem.

O perdão ensinado por Jesus parece ser algo inatingível ao cristão comum. Sempre dizemos que Ele fez assim, por ser Deus. Mas ao contrário daquilo que parece ou que nos ensinam como utópico, teórico, foi o homem Jesus que, após perceber o silêncio e talvez até os soluços da mulher, dá o veredicto que deveria ser usado por todos aqueles que o conhecem: “Onde estão teus acusadores? Ninguém te condenou? Ela disse: Ninguém, Senhor. Nem eu te condeno, disse Jesus. Vá, e não peques mais (Jo 8.10,11)”.

Texto, contexto, interpretação, exegese, enfim, todo método acusatório se prostra diante do Logos divino, de Jesus de Nazaré, de Jesus Cristo homem, do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Use Jesus para evangelizar, não a bíblia para acusar.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Respondendo Jesus, disse: Recebereis já neste tempo cem vezes tanto. O Mestre falou por parábola, analogia ou em sentido real?

Em uma EBD (Escola bíblica dominical) em 2006 ou 2007 houve uma colocação do professor e dos alunos sobre a prosperidade, sobre a igreja UNIVERSAL, enfim, sobre o "cisco no olho do teu irmão (Mt 7.3)". Após o professor concluir que aquilo que a IURD ensina não tem apoio bíblico, levantei minha mão. Quando me foi dada a palavra, apenas lembrei aquilo que Jesus disse a Pedro: "Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições... (Mc 10.29-30)" . Quando terminei de falar o que Jesus afirma que acontece aquele que o segue por amor, asseverei que é com "tribulações" que o cristão verdadeiro vive colhendo os frutos materiais daquilo que planta no reino de Deus. Na época ninguém contestou.


No dia 26/09/2009, mês passado, fiz algo que não havia feito quando li e guardei isto que Jesus ensina a Pedro: LER A NOTA EXPLICATIVA DO TEXTO. Vejam o que o pr Donald Stamps, comentarista da BEP (Bíblia de Estudos Pentecostal) ensina:


10.30 RECEBA CEM VEZES TANTO. As recompensas prometidas neste versículo não devem ser entendidas literalmente (Jesus falou em sentido figurado?). Pelo contrário, as bençãos e alegria inerentes nos relacionamentos citados aqui serão experimentados (só experimentar?) pelo discípulo genuíno (os pastores que recebem grandes salários de igrejas?), que se nega a si mesmo por amor a Cristo. Obs.: [[grifo nosso nos parênteses]].


Você entendeu o que o pr Donald quis dizer, apoiado pelo núcleo teológico da CPAD e CGADB? Eu não entendi. A renúncia, como escreve a nota - discípulo genuíno que se nega a si mesmo - é o requisito preliminar para seguirmos Jesus Cristo, pois ele diz: "negue-se a si mesmo (Mc 8.34)". Seguindo a lógica da nota teológica, todo crente já renunciou-se por amor a Cristo, então é discípulo genuíno. Sendo discípulo genuíno, tem que colher cem vezes tanto com perseguições, conforme a nota do pr Donald, certo? Por que então a maioria é pobre e necessitada de coisas básicas? É por falta de verdadeira renúncia? Se é isto que falta, por que os que precisam colher cem vezes mais da prosperidade prometida por Cristo não são ensinados conforme a nota, a tornar-se um discípulo genuíno, que nega-se a si mesmo e colhe do bem da terra?


Vejo que estamos como na idade média, sendo ensinados e tendo que viver como vassalos, e ver que os líderes sempre colhem centuplicadamente, como o rico (crente) que Jesus ensinou: "descansa, come, bebe e folga (Lc 12.19)". Ou vivem como na época de Lutero, fazendo conforme a elite romana ensinava à população européia, quando se trata de dar para ter tesouro no céu.


Não faço nenhum julgamento contra contra as igrejas IURD, IIGD, IMPD, entre outras. Devemos olhar é para dentro de nossa igreja e não viver usando a frase de Jesus Cristo: "Os pobres vocês sempre terão entre vós (Jo 12.8)"


Vivamos como filhos, amigo, ou servo pessoal do rei, que come à sua mesa e ainda ajuda aos necessitados. Não sejamos como servos inúteis, que só fazem o que lhes é mandado e ainda enterram os talentos (posses, dinheiro, alimento, roupas, etc) que o Senhor lhes deu.





Sejamos excelentes em tudo que fizermos ao Senhor. Ele nos recompensará cem vezes mais, conforme Jesus ensinou a Pedro. Você e sua família viverão felizes, como filhos do Rei realmente, não teoricamente.





Você crê nisso? Se sim, colha os frutos no tempo que se chama hoje!
Se não, procure por Jesus e saia de seu ensino religioso, que é semelhante ao que o jovem rico e crente de Marcos 10 vivia.