terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Fale assim e proceda assim, devendo ser julgado pela lei da liberdade


Leitura da mensagem na formatura do curso técnico do Senai Paranaguá, Fev de 2008


Em maio de 2007, assistindo ao reality show “O Aprendiz 4, o Sócio”, na rede Record, captei algo como nas parábolas de Jesus Cristo. O apresentador, conceituado empresário Roberto Justus, sempre se comporta com imparcialidade no momento da escolha de seu futuro sócio, do vencedor do programa. Se prestarmos atenção e com nosso coração e mente voltados à vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, ficaríamos apreensivos. Mostrarei como foi este episódio, da forma como lembro:
As equipes (duas, da quais não lembro nome) receberam a missão de apresentar ao público um equipamento celular. Uma das equipes foi liderada por uma menina, outra por um homem maduro, muito sério. Elas vão a campo pôr em prática suas idéias consensadas em reuniões. Até aqui tudo corria na maior normalidade. As equipes tentavam sagrar-se campeãs, da melhor forma possível.
Numa das equipes havia um “jovem rapaz” bem extrovertido, inteligente e muito, mais muito simples. O apresentador Roberto Justus em outras oportunidades o havia elogiado, destacando sempre sua simplicidade, pois demonstrava auto-capacidade em gerir pessoas no grupo. Só que uma coisa ocorre na realização da tarefa, que começa no “brainstorming (tempestade de idéias)”, até finalizar no plano de ação. A equipe deste “jovem rapaz” concorda em colocar seu estande e os mostruários do referido celular numa área não permitida, numa calçada. Sabiam que para permanecer ali seria necessária uma autorização da prefeitura de São Paulo. Entretanto, esta licença não sairia imediatamente. Demoraria alguns dias, ou até semanas. Então o que fazer?
O “jovem rapaz”, inteligente, extrovertido, um dos quais Roberto Justus mais admirava em sua crescente trajetória a cada prova, dá uma sugestão. Mesmo que estivesse apenas brincando (Pv 26.19), as câmeras da Record o focalizam (Hb 4.13), e gravam o momento em que ele dá sua resposta à pergunta dos demais membros da equipe. E tudo começa numa calorosa discussão sobre a tarefa. Eles discutem:
“__ E agora? A idéia de pôr o estande na calçada é muito boa. Só que sem a autorização da prefeitura não poderemos fazer”. Então o “jovem rapaz” em sua simplicidade diz: “__ Vamos assim mesmo pois temos que te coragem”. Outra menina da equipe redargüi: “__ E se por acaso aparecerem os fiscais da prefeitura, o que faremos?”.

Esta é a 1º pergunta que começa a dificultar o trabalho da equipe. Eles discutem exaustivamente. Pensam em tentar outra maneira de realizar a tarefa. Entretanto o que eles não têm mais é tempo suficiente, pois demoraram muito para descobrir que um trabalho em via pública necessitaria de uma autorização superior. E que ela não seria imediata, tendo que ser analisada até que as autoridades deferissem sua decisão.
“__ Que faremos se porventura aparecer um fiscal da prefeitura?” Então, num ato de extrema infelicidade, o “jovem rapaz” faz uma colocação até normal em nossos dias. Ele fala: “__ Se aparecer um fiscal, qualquer R$ 100,00 resolve. Fiquemos então preparados caso necessitemos utilizar o plano B”. As câmeras gravam o momento em que ele bate no bolso da calça, mostrando uma das coisas mais comuns no Brasil em que vivemos.
Contudo, sua colocação não agrada a equipe, e ficam em um sério debate sobre a colocação do “jovem rapaz”. Após outra discussão exaustiva, o líder, com o apoio da maioria, bate o martelo, dizendo sim à idéia, isto devido ao tempo restante ser insuficiente para fazer outra estratégia. Irão realmente para a via pública, onde colocarão seu estande de produtos para divulgá-lo ao público paulista, mesmo conscientes da irregularidade, contando apenas com a sorte. Será que algo acontece por acaso em nossas vidas?
Fazem um excelente trabalho lá. Fiscais não aparecem e tudo corre na maior normalidade. Só que os conselheiros do sr Roberto Justus vão a campo fazer perguntas às duas equipes. Nestas entrevistas eles dão dicas, perguntam sobre o objetivo maior do método utilizado e criticam, se necessário, com objetivo de melhorar o resultado deles.

Os conselheiros de Roberto Justus, que são homens e mulheres fora de série em objetividade e praticidade, perguntam a equipe que montou o estande na calçada se eles estão de posse da autorização municipal para colocar seu material ali. Eles respondem que não. Aí retorna aquela pergunta que eles já haviam esquecido: “__ E se aparecer algum fiscal da prefeitura, o que vocês farão?” Então mais uma vez o “jovem rapaz”, inteligente, extrovertido, toma a frente da conversa. Bate a mão no bolso da calça, diz que o que ele tem ali resolve (dinheiro). Todos dão risada.
Executam um excelente trabalho ali, conversando com as pessoas, apresentando o aparelho celular. Fazendo demonstrações àquelas pessoas que se interessavam. E a outra equipe da mesma forma, pois têm um alvo em comum, o de ser vencedor e sócio de Roberto Justus.
Terminadas as tarefas, as equipes estão na cruel sala de reuniões, aguardando a entrada do sr Roberto Justus, que eliminará outro concorrente à vaga de sócio. Após todos aqueles processos de prós e contras, Roberto Justus pede que seja apresentado o vídeo onde o “jovem rapaz” bate a mão no bolso. Depois pede outro vídeo com seus conselheiros fazendo aquela pergunta sobre fiscalização, onde o “jovem rapaz” diz que dinheiro resolve. Então Roberto Justus aponta a equipe campeã. A perdedora foi a equipe do “jovem rapaz”, que retornaria à sala para ver quem seria eliminado.
Roberto Justus então usa da perspicácia de seus conselheiros. Um deles aponta para o líder, pois foi omisso, agradou a maioria. Outro aponta o “jovem rapaz”, que falhou com uma tola idéia sem muita ética, apesar da equipe não ter sido prejudicada por ela. Roberto Justus fica noutra indecisão, como das demais vezes já havia enfrentado nos programas anteriores. Só que agora é diferente.
Então pela primeira vez no programa Aprendiz, toda a equipe perdedora retorna à sala de reuniões. Ele começa sua análise. Fala que eles como equipe sempre estiveram acima de suas expectativas e da de seus conselheiros. Que sempre superaram aquilo que eles esperavam.

O primeiro a quem Roberto Justus dirige a palavra é ao líder, um homem sério e maduro. Mostra que ele por vezes se omitiu, não tomando as rédeas da situação. Não foi o líder que eles esperavam. Depois falou com o “jovem rapaz”. Disse acreditar que ele seria um dos finalistas do programa. E asseverou que o comentário feito por ele num programa que sempre tentou mostrar transparência não foi bem recebido.
Após muito pensar, Roberto Justus escolhe o demissionário: o líder da equipe. Expõe todas as razões que o levaram a tomar tal decisão. Quando tudo parece definido, Roberto Justus continua. Fala ao “jovem rapaz”“: __ Eu admirei você. No começo não me agradou, por seu jeito pouco eclético. Entretanto a cada prova você me conquistava, com seu jeito simples, sua praticidade em tratar certos assuntos, sua mente aberta e grande inteligência. Vou repetir: Não admito falta de ética com meus produtos, minhas empresas, meus funcionários. O que você tem a dizer?”
Ele diz que nunca daria dinheiro algum aos fiscais. Que usou apenas uma expressão para que a equipe aceitasse sua idéia. Afirma saber que aquilo é errado e que foi mal interpretado. Após tudo isso, Roberto Justus toma a palavra novamente e conclui:
“__ Esse programa mexeu comigo. Farei uma coisa hoje que não está na regra. Você, “jovem rapaz”, foi um dos competidores que mais me chamava a atenção a cada programa. Passei a imaginar você como um dos que chegariam à final, e venceria este Aprendiz 4. Só que não posso brincar com uma das coisas que me diferenciam no mundo de trabalho em que vivo: a ética. Se aceitar aquilo que você fez hoje, amanhã aceitarei outra, e não serei o mesmo empreendedor conhecido por minha transparência. Isso nunca aconteceu neste programa. Mas como não posso admitir algo que fira diretamente minha ética e a do programa que intentei fazer, você, “jovem rapaz”, com toda sua bagagem, está demitido!”

O que aprendemos com isso, irmão Elizeu, num programa de TV?


Entenda então o que aprendi com o Espírito de Deus vendo esta parábola televisiva:
O julgamento de Deus por nós como diz a Palavra em Tiago 2.13: “Porque o juízo será sem misericórdia para aquele que não usou de misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo” falará profundamente conosco. No verso 12 está escrito: “Falai de tal maneira e de tal maneira procedei, como havendo de ser julgados pela lei da liberdade” aponta para uma situação de prática e não de teoria, pois Tiago é sem dúvida alguma o mais prático em todas as cartas bíblicas. Se falamos e ensinamos, devemos fazer o que falamos e ensinamos, pois estamos na posição de mestres, fazendo discípulos.
Como estamos nos comportando fora do átrio da igreja onde servimos a Deus? Será que vivemos aquilo que não nos cansamos de bradar no templo? Que será que Palavra quer falar conosco por Tiago, onde haverá “um juízo sem misericórdia, sobre aquele que não fez misericórdia?”
Quando o programa terminou comecei a pensar em nosso julgamento. Imaginei que nosso Deus, nosso Pai e Senhor fará algo semelhante aquilo que Roberto Justus fez. Será que nosso Senhor e Pai celestial passará a mão na cabeça daquele que errou, porque são filhos ou por serem os melhores servos na igreja? A morte de Abel ocorre num tempo em que não existiam leis morais ou éticas escritas. Contudo ele morre pelo simples fato de crer naquilo que Adão, seu pai, lhe falou sobre Deus. E Abel teve fé nEle. Caim, ao contrário, não teve esta fé, recebendo a marca da reprovação de Deus.

“Assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira (Pv 29)”
Uma ingênua brincadeira fez Roberto Justus eliminar o “jovem rapaz” do programa. Só que foi aquele tipo de brincadeira que como ensina Jesus, foi dita. Sendo dita, saiu pela boca. Saindo pela boca, veio do coração. Vindo do coração, poderá tornar-se realidade um dia. E o apresentador Roberto Justus não pensou muito em eliminar o “jovem rapaz”, porque sua preocupação esteve voltada aos milhões de brasileiros que assistiam aquele episódio.
Nós cristãos protestantes vivemos tempos em que é melhor ensinar sobre modismos, sobre seitas e heresias, sobre movimentos contrários a nossa sã doutrina, e não percebemos, nós, os líderes, que seremos os primeiros a ser reprovados pelo Senhor. Veja que Roberto Justus demite primeiro o líder, pois ele não agiu como tal, mas foi influenciado pelo desejo da maioria dos membros de seu grupo, de sua equipe de obreiros. Não ensinamos ao povo a ser prático, como Jesus sempre ensinou, e como Tiago escreve. Jesus deixa claro que para estar firmado nEle, na Rocha, tem que ser praticante daquilo que Ele ensina. O que Jesus fala deveria ser continuamente ensinado em nossas igrejas, bem como um departamento eclesiástico que conduzisse o povo à prática. Veja o que não aprendemos:
“Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que, edificando uma casa,
cavou, abriu profunda vala, e pôs os alicerces sobre a rocha (Lc 6.47,48)”
É pela falta de não sermos práticos que Jesus ressalta estarmos edificando nossa casa sobre a areia, e não nEle, a Rocha. Aí vivemos aprendendo, reaprendendo, reciclando algo que deveria ser a nossa marca, a marca da cruz. Escrevi “não aprendemos” devido ao fato de vivermos temendo as ondas, o ventos, as águas, as tempestades, o mar bravio que enfrentamos, e pelo fato de sempre acordarmos Jesus, que está em nosso barco “dormindo”, para que nos acuda. E por temer aquilo que Paulo tanto enfatiza sobre ventos de doutrinas, creio que a maioria, aqueles que edificaram suas casas sobre a areia, vivem neste sacrifício inútil, sem se preocupar em conhecer realmente Deus.
Mas será que é fácil ser praticante daquilo que Jesus ensina? Será que a grande maioria cristã no mundo carrega essa cruz? Não, não é fácil praticar o que Jesus ensina. E não, a grande maioria cristã no mundo jamais chegou perto da cruz de Cristo. E tudo isso pela falta de um ensino prático daquilo que Ele ensinou. Mas todos são crentes, são ouvintes, são estudantes da Palavra, entretanto não estão edificados sobre a Rocha, sobre Cristo, tudo por não praticar o que se aprendeu.
O maior motivo de modismos, de neo-montão-de-coisas-pentecostais adentrarem em nossas igrejas assembleianas, se resume ao fato de não sermos nada daquilo que Tiago escreve. Se não somos aquilo que Tiago escreve, não somos praticantes daquilo que Jesus ensinou. Se não somos praticantes daquilo que Jesus ensinou, não somos seus discípulos (Lc 6.40). Não sendo seus discípulos na totalidade daquilo que Ele ensinou, jamais chegaremos à estatura de varão perfeito (mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre). E por quê? É simples. Se eu não nego realmente as minhas vontades, não posso tomar a cruz. E o Pai celeste jamais permitirá que participe das bodas com seu Filho, pois estarei com minhas roupa lindas, bonitas, com uma grife estupenda. Só que adquirida com um esforço humano, não no sacrifício vicário de Cristo. Será uma boa máscara de indumentária.
Falemos então a verdade. Façamos como Jesus ensina. Ele sempre elogiou a atitude sincera e transparente de seus discípulos, como Natanael, em João 1, onde ele destrata a pessoa de Cristo. Porém como ele falou o que pensou, não o que agradaria a Cristo, foi elogiado: “Você é um grande israelita...”, diferente dos doutores da lei: “Por que me chamas bom ...?”
Numa conversa com o pr do CACP sobre um assunto que acontece em nosso meio, ele disse: “Fazer o que?”, demonstrando que é melhor falar mal das outras denominações do que mostrar que estamos agindo errado. Coloque então sua fé e sua direção em Cristo Jesus. Não faça o que Israel fazia e faz até hoje: “Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este”. Pois Deus dirá: “...farei também a esta casa, que se chama pelo meu nome, na qual confiais... (Jr 7. 4,14)”

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Pentecostais ou rodopiadores?




No Evangelho segundo escreveu São Lucas no capítulo 10, Jesus designa 70 de seus discípulos para a seara. No retorno dos enviados, todos demonstram alegria por tudo aquilo que haviam contemplado na breve missão missionária. Como são neófitos, sorriem à toa por tudo aquilo que presenciaram. Eles dizem: "Mestre, por teu nome, até os demônios se nos sujeitavam". Isto demonstra como a falta de raciocínio em relação as coisas espirituais nos atrapalham, nos distanciam de nossa missão. Com certeza todos os setenta, sem excessão, partilharam da mesma compreensão em tudo aquilo que passaram nesta obra evangelística. Ninguém, até por medo de ser ridicularizado, teve a ousadia de questionar o que criam ser obra divina.

Jesus então, sem perder tempo em explicações teológicas as quais os doutores da lei e os fariseus eram peritos, simplesmente disse: "Eu via Satanás como raio, cair do céu no meio de vós". Talvez nem todos se surpreenderam com a crítica de Jesus. Um até sussurra no ouvido de um dos enviados dizendo: "Eu sabia que era coisa do Diabo", entretanto, não teve a coragem de colocar seu pensamento, sua crítica, sua razão.

Jesus nunca disse aos setenta para fazer barulho, rodopiar, contorcionar, desmaiar, enfim, porém dá-lhes autoridade para curar, e levar a nova do Evangelho.

Que bom seria que a cada saída de um culto "fashion pentecostal" as pessoas fossem curadas, almas fossem salvas, houvessem revelações como a do profeta Natã para o rei Davi, não as profecias do tipo: "Receba, a vitória é sua, assim diz o Senhor...; A luta terá fim, assim diz...; Muitos já tentaram, mas tu és o escolhido, assim diz o ..." e etc, etc, etc...

Este vídeo mostra uma coisa corriqueira em nossas igrejas, e a explicação é que tudo é fruto do êxtase espiritual em função da canção. O comentarista esclarece sobre movimentos cíclicos, que levam ao êxtase. É emocional, será? Se for assim, somos emocionais também? Será que o deus Alá, que os muçulmanos servem, é o nosso também? Pois eles cantam, rodopiam, caem, choram, igual em nosso meio. Na umbanda também, fazemos em nossas igrejas o que eles fazem lá aos deuses africanos. Será que Adão vivia assim no jardim do Édem, fora de sua razão? Adão, como o pr Marco Feliciano prega, pelo Espírito Santo, vivia o dia inteiro fazendo barulho, rodando? Pois parece que Deus formou o homem, a sua imagem e semelhança, para viver em espírito de desligamento de sua mente racional, e o diabo o colocou em sua razão, fazendo-o pecar. Assim acho que crêem a maioria dos crente desta era.

Por que não apresentamos um culto racional a Deus, conforme Paulo escreve? Por que o Espírito Santo nos usa como fantoches, segundo ensinam vários pastores? Por que falamos, falamos, falamos, porém não praticamos o que falamos? É, parece que estamos como os gregos na caverna do filósofo Platão, vendo só o que está na ponta do nariz, devido ao medo de aumentar nossa visão panorâmica.

Graças a Deus que Jesus Cristo é o mesmo ontem, é hoje, e é eternamente, e Ele nunca ensinou nada disso que mais contemplamos em nossas congregações. Então, proceda em falar aquilo que a palavra de Deus o autoriza a falar, não o que a maioria crente gostaria de ouvir.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Onde estão nossos líderes, no discipulado?


Pastor Samuel, do FdH, demonstrando o "eu te amo, eu te amo, te amo irmão Elizeu pra sempre... "


No dia 09 de Fevereiro deste ano fui à sede de minha igreja aqui em Paranaguá, no Paraná, para ver o conjunto Filhos do Homem, que tanto admiro, pois possuo seus DVDs e CD acústico. Aproveitei, antes do irmão Samuel cantar, para abraçá-lo e dizer que o amo muito em Cristo Jesus. Eles louvaram a Deus com vários hinos, os quais eu gravei em minha máquina fotográfica. Uma coisa muito me entristeceu: é o fato de saber que a direção de nossa igreja não é de acordo com o FdH, mas os aceitam em plena igreja sede. Por quê?

Eu me fiz esta pergunta no momento dos louvores, pois é um desacordo com Tg 2.12, onde diz: “Falai de tal maneira e de tal maneira procedei...” . Desacordo, Elizeu? É, desacordo, pois ensinamos contra o Diante do Trono (G12), contra FdH, contra Voz da Verdade (unicismo), mas os convidamos para estarem em nossas igrejas, talvez para aumentar o IBOP do culto, pois estamos “globalizando” o evangelho simples de Cristo. Como havia feito em outra oportunidade uma pergunta a um presbítero de nossa sede, quando vi no programa da CPAD na Rede Tv, comerciais de CD e DVD do conjunto Diante do Trono, sua resposta foi: “É que é culpa da mídia. Manter o programa no ar é caro, então necessita de comerciais. É por causa da mídia!”

Por que ensinamos em nosso púlpito tudo o que a Bíblia relaciona, mas não cumprimos quase nada daquilo que falamos? “Fale e proceda assim”, diz Tiago, porém falamos como os fariseus, querendo matar nossos irmãos crucificados, dizendo que amamos a César.
Onde estão os nossos líderes? Descer do púlpito para orar pelos outros se tornou um privilégio. Porém servir de exemplo, de líder, de discipulador, de mestre, já não existe. “Siga o exemplo de Paulo, de Abraão, de Isaque, de Jacó, de Moisés, etc, e de Jesus, mas não o meu, pois sou falho como você”, é o que se ouve na igreja. “Você tem que mostrar seu diferencial”. E onde está o meu exemplo? Somos crentes só de igreja?

Em Lc 6.40, Jesus ensina: “Não é o discípulo mais do que o seu mestre; mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre”. Entretanto temos mestres de todos os formatos, que se tornaram mestres por seu próprio esforço, devido a falta de discipuladores, de líderes como Moisés. Moisés ficava no alto com os braços erguidos, servindo de exemplo encorajador para o exército de Israel. Hoje são poucos os mestres que têm o anseio de fazer discípulos à sua altura. Por quê?

É o que Jesus sempre enfrentou. Hoje Jesus diria com a mesma tristeza e rancor com a qual João escreveu: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna (Jo 5.39)". Nós sabemos tudo e nem por um segundo fazemos uma introspectiva daquilo que estamos ensinando e fazendo. Falamos o que a Bíblia diz e fazemos, até onde entendemos que é certo, não porque Jesus falou que é certo.

Este vídeo é apenas um pequeno relato de nosso farisaísmo. Em nosso meio fariseu existem os Josés de Arimatéia, os Nicodemos, enfim, aqueles que são realmente crentes em Jesus. Porém a maioria são como os sacerdotes Anás e Caifás, são como os escribas e doutores da lei. Fazem doutrinas pesadas, mas não movem uma palha. Não entram e não deixam ninguém entrar. Pena que não percebemos isso. Pena mesmo. Somos como Israel: “Somos sábios, e a palavra do Senhor está conosco... (Jr 8.8)".