terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os dois caminhos


Caminho estreito (Mt. 7.14)

O caminho estreito é o resumo de todas as leis feitas por Jesus? Claro que não. Jesus, rebatendo a tradição dos “crentes” (fariseus), cita as palavras do Pai, pela boca do profeta Oséias, onde enfatiza que Ele “quer misericórdia, e não sacrifícios” mortos (Mt 9.13; Os.6.6). Esta profecia aconteceu uns setecentos anos antes do ministério terreno de Cristo, e assim mesmo o povo judeu, religioso e crente, não se consertou. Esta é a prova cabal de que o caminho para chegar ao Pai sempre foi estreito. No informativo n° 1 escrevemos que haveria uma indagação por parte dos alunos ao final deste 3º trimestre: “Estamos seguindo as pisadas de Cristo?”, pois isto realmente é seguir no caminho estreito. E ser cristão no caráter como Ele ensina começa da seguinte forma, para os que já O aceitaram:

1) Negar sua vontade (a si mesmo)
2) Tomar sua cruz todo dia

A afirmação de Jesus nos evangelhos é que, tudo quanto deixarmos por amor dEle e de sua obra, receberemos nesta vida cem vezes mais, de tudo aquilo que investirmos no Reino do Senhor. Essa grande promessa de Jesus é como um gostoso bolo de aniversário. Pena que o enfeite deste bolo é sempre inerente as bênçãos prometidas: são as perseguições (Mc 10.30). No fim desta carreira ganhamos a vida eterna. Este é o caminho estreito, onde o transporte é a sua vida irrestrita aos pés do Senhor. As perseguições representam sua cruz. O combustível nesta caminhada é o amor demonstrado e vivido, longe das partes lindas e dogmáticas da teoria, filosofia, teologia, que só no papel fazem de Satanás um coitado de um boneco nas mãos do Eterno Deus. E quem indica o percurso no caminho estreito? É a palavra de Jesus nos evangelhos, que serve de mapa, bússola, que de maneira alguma deixa quem a conhece confundido. E o que é o caminho estreito para nós hoje? Jesus Cristo é o caminho estreito (Jo 14. 6), e Ele nunca mudou. E o que representa sua cruz, para carregarmos dia a dia? Os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus, nos definem totalmente o aspecto de sua cruz, e quem precisamente a carrega. Nos encaixamos como cordeiros mudos, carregando uma pesada cruz?

Tomar parte nas coisas relacionadas a Jesus é muito bom. Deixe então Ele lavar-lhe os pés. “Ah, irmão, eu já deixei faz anos, desde que me converti!”. Só que a limpeza dos pés, pelo Mestre, é se reduzir ao menor sempre. Isso marcou a vida de Pedro e a dos apóstolos. Se não conseguir lavar os pés de meu irmão na igreja, ou do meu próximo (a pessoa que precisa de mim), mostrando que sou menor que ele, não conseguirei prosseguir no caminho estreito. “Ah, irmão, eu não saio do caminho estreito nunca!”. Amas o teu próximo? Lavarias os pés de alguém que você nunca viu (servir, ser menor que ele), como fez a mulher a Jesus? Seu crédito amoroso por seu próximo está sempre estourado, e você nunca conseguirá pagar (Rm 13.8)?
Lembre-se do que Jesus fala aos santos que são separados como ovelhas no meio dos bodes. Eles ficam sem saber o que está acontecendo, pois talvez conhecessem os reprovados. Quem sabe foram seus mestres? Ou seus líderes? Então perguntam ao Senhor: “Quando te fizemos essas coisas?” e a resposta é que “quando fizestes a qualquer destes pequeninos, fizestes a Mim mesmo”. Não pense que a expressão “pequeninos” resume-se a grupos congregacionais. Para nosso Mestre Jesus, tem o mesmo sentido do homem atacado, roubado e estropiado, na parábola do samaritano. E como na parábola contada por Jesus, hoje nada mudou. A lei e doutrinas cristãs ortodoxas sempre passam longe dele. A religiosidade também se desvia do tal. Agora nós, os samaritanos, não devermos nos cansar de fazer o bem, pois o caminho estreito que é Jesus, nos ensina que se nos desviarmos do obstáculo e não retirá-lo da frente, demoraremos mais, muito mais, para chegarmos a estatura de varão perfeito, na presença de Deus.

E quem anda neste caminho estreito? São os salvos, os homens espirituais (cfe 2° Co 2.15, do grego pneumatikos). E no caminho largo, são os descrentes e as pessoas do mundo que transitam nele? Não, o caminho largo é o percurso do homem carnal, ou crente em Jesus (cfe 1° Co 3.1-3, do grego sarkikos). E os homens do mundo andam por onde, por qual caminho? Homens naturais, do mundo (cfe 1º Co 2.14, do grego psuchikos), não andam em caminho algum, pois estão em trevas, em cavernas, presos e trancafiados pelo príncipe dos demônios, aguardando o brilho de uma pequena luz, para que possam compreender onde é a saída desta escuridão, desta caverna. Nós temos o lampião. Iluminemos então a entrada da caverna, para que eles possam vir em busca destra gloriosa luz.

Agradeço a compreensão de todos os irmãos que leram com bastante atenção esta matéria sobre os dois caminhos, ensinada por Jesus. Vivamos os sermões do monte, sabendo que isto representa sua cruz. Compreendamos que o caminho largo não é do mundo, mas da igreja (diferente do demonstrado no quadro de minha professora Ady). Que ele não se relaciona à riqueza, mas a nossa conduta cristã conforme Cristo ensina. Mostremos aos irmãos que não freqüentam a EBD, ou os cultos de oração e ensino, que eles podem estar prosseguindo pelo no caminho largo. Mostremos-lhes, como nas cartas apocalípticas a Éfeso (deixou o primeiro amor), Pérgamo (doutrinas de Balaão e nicolaítas), Tiatira (Jezabel, a profetiza, com prostituição e idolatria), Sardes (pensa que vive, porém está morto) e Laodicéia (mornos espirituais), que todas, como igrejas, estavam saindo do rumo no caminho estreito, e indo em direção ao caminho largo. Por isso, creiamos que realmente Deus “repreende e castiga a todos quanto ama”, esperando, frente ao nosso coração, que abramos a porta. Que urgentemente necessitamos ser zelosos do bem, e vivermos uma vida de contínuo arrependimento, crendo que apenas as prudentes serão arrebatadas (caminho estreito). Porém as loucas (cristãos sem óleo nem azeite), ficarão em seu caminho largo, dizendo: “Não fizemos isto, isto, isto... em teu nome, Senhor?”

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