terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Qual o preço da liberdade?

“Aquilo que eu temia foi o que me aconteceu, e o que mais me dava medo me atingiu (Jó 3 . 25, versão NTLH)”


O filósofo romano Sêneca, do primeiro século da era cristã, tinha uma visão sobre enfrentar problemas na vida, como esse que o patriarca Jó enfrentou. Sêneca, em seu livro sobre a IRA, mostra que quanto mais o homem é rico, mais expectativas terá. E quando existem frustrações nestas expectativas, explode a ira na pessoa afetada. Em sua visão, Sêneca afirma que o dinheiro aplaca a ira, contudo, o que ainda estressa o homem é aquilo que o pega de surpresa. Sêneca diz em seu livro que a melhor forma de combater a raiva e as frustrações é estar preparado para o pior. Uma análise mais cruel do que pode acontecer amanhã nos livra das frustrações, caso elas ocorram. Contudo, se não ocorrerem, estaremos preparados também. A melhor proteção, diz ele, é estar preparado para o pior.



Sêneca era natural de Córdoba, na Espanha, mas veio para Roma ainda menino. Foi tutor do mais cruel dos imperadores romanos, Nero César. Escreveu 20 livros. Ser pessimista era o que ele ensinava aos outros. Um dia, Nero enviou um centurião romano a sua casa para matá-lo. Porém, Sêneca mesmo furou suas veias e morreu, da forma como ensinou. Ele estava preparado para este triste fim, conforme sua filosofia e tudo aquilo que ensinou.



Outro filósofo romano, Epicuro, tinha pensamento diferente. Para ele, a vida com alegria e felicidades deveria ter três ingredientes: amigos, liberdade ou auto-suficiência e uma vida analisada. Diferente da filosofia do pessimismo de Sêneca, Epicuro tinha a filosofia da felicidade. Só amigos não bastavam. Auto-suficiência com muito dinheiro também não. Só o auto-conhecimento em uma vida analisada seriam inertes sozinhos. Para ser feliz, conforme seu pensamento e doutrina, estes três ingredientes deveriam estar juntos. Dessa forma o homem seria muito, muito feliz.



Diferente de Sêneca, de Epicuro, entre outros filósofos que colocam a vida com felicidades e realizações em foco, aprendo todo dia que o ingrediente mais importante para uma vida feliz é o AMOR. Amor, mas o amor que o apóstolo Paulo escreve em 1° Coríntios 13, que é paciente, bondoso, verdadeiro e eterno. Onde há o ágape divino, tudo termina bem, de uma forma ou de outra.



Eu estava como Jó, não sabendo porque isso aconteceu comigo. Contudo fui aprendendo que "todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados pelo seu decreto (Rm 8.28)". Aos poucos minha intimidade com Deus foi aumentando e busquei limpar meu coração em minhas orações. Esse foi o primeiro passo. Minha parte espiritual ficou estável e maravilhosamente bem. Faltava trabalhar com meus sentimentos.



Tentei trocar de carro, de roupas, de blá-blá-blá. Entretanto me sentia um quase “inútil”, ou alguém dispensável. Este período foi difícil pra caramba, até que algo estranho aconteceu. Eu comprava pão em uma padaria próxima ao meu trabalho a uma semana ou duas. Como o trabalho que iniciei neste bairro em setembro iria acabar no começo de novembro, perguntei o nome da balconista que me atendia toda manhã, lhe dizendo que talvez fosse a última semana que eu compraria pão ali. Foi muito interessante o que aconteceu comigo.


Depois consegui outra concessão da prefeitura municipal e trabalhamos ali até o dia 21 de janeiro, quando finalizamos o trabalho contratado. Este mês e meio que conheci uma das cinco balconistas, que depois me deixou a vontade com todas elas, é o que chamo hoje de "Qual o preço da liberdade?". Este anjo, firishte*, esta princesa que assinou minha libertação de um sentimento jamais saberá o tamanho do bem que me fez. Sem qualquer pretensão, tanto da parte dela, como da minha, isso me libertou de algo que me fazia muito mal e que eu não percebia. Hoje sei que estou aprendendo as ricas lições que o desapontamento quis me ensinar. Obrigado, professor desapontamento.



O dia 18 de Dezembro de 2010 representará pra mim o melhor dia deste trágico ano. Presenteei as cinco meninas, que automaticamente ficaram super felizes com minha singela recordação. O sorriso destas lindas mulheres, e a simples atenção que todas me reportaram, mostrou-me que realmente estou me tornando a pessoa que Deus quer que eu seja. Um homem temente a Deus e a sua palavra, mas que nem por isso deixa de compartilhar os melhores momentos de sua vida com as pessoas que o auxiliaram em seu próprio crescimento como homem.



Faz mais de um ano que não postava nada em meu blog. Minha inspiração voltou muito melhor e meu lado poeta está muito mais aceso. Obrigado Pai celeste, obrigado por me amar. Obrigado por colocar pessoas certas em meu caminho e me instruir por elas.



Finalizarei deixando aquilo que escrevi nos cartões que dei as cinco meninas, junto com a recordação. Os presentes e os cartões eram iguais. Só modifiquei um pouco o que escrevi a minha firishte*. Que Deus nos abençoe em 2011!



Está escrito assim na Bíblia: "O homem que encontra uma mulher acha uma coisa boa, e recebeu uma benção de Deus-Provérbios 18. 22"

Tive a sorte de encontrar, não uma, mas cinco mulheres, meninas como você ____. Vocês acenderam no meu coração algo a muito esquecido por mim: A grandeza das coisas simples. Obrigado


Você estará sempre na galeria das melhores recordações de minha vida. Sempre que eu precisar, lembrarei de você e está recordação produzirá energia boa dentro de mim, como está escrito: Quero trazer a memória aquilo que me dá esperança - Lamentações 3.21

Elizeu, Dez/2010
* Firishte - anjo, em árabe
Andréia, Roberta, Luciana, Vanessa e Érica, minhas grandes amigas


2 comentários:

Geovane Braz disse...

paz de Cristo!

que bom falar com voce novamente
meu blog mudou para: geovanebraz.blogspot.com
por favor atualize e entra no MSN para conversarmos novamente.

abracos.

Dc.Geovane Braz

Elizeu Rodrigues disse...

Amo vc, Geovane

Tudo tem propósito, quando cremos de verdade. Foi bom falar com você ontem, muito bom. Deus te abencõe